Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Precatórios

Congresso promulga “PEC do calote” em dívidas dos governos; OAB vai acionar STF

Conselho Federal da OAB entrará com ação no STF contra PEC do "calote nos precatórios"
Conselho Federal da OAB entrará com ação no STF contra PEC do "calote nos precatórios" (Foto: Raul Spinassé / CF OAB)

Ouça este conteúdo

A Ordem dos Advogados do Brasil recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a PEC do "calote dos precatórios". A medida, que será promulgada nesta terça-feira (9) pelo Congresso Nacional na forma da Emenda Constitucional (EC) 136, estabelece o parcelamento praticamente indefinido dos precatórios estaduais e municipais, entre outras benesses.

O Conselho Federal da OAB deve ajuizar ainda nesta terça-feira uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a PEC 66/2023 no STF. Na ação, a OAB defende que a medida cria um ciclo de inadimplência institucionalizada, empurrando para as futuras gerações o custo de decisões judiciais já consolidadas.

“A OAB vai ao Supremo porque essa PEC viola frontalmente a Constituição, compromete a autoridade do Poder Judiciário e institucionaliza o inadimplemento do Estado com seus próprios cidadãos”, afirmou o presidente da Ordem, Beto Simonetti.

VEJA TAMBÉM:

O que a EC 136 estabelece a partir de agora

Os precatórios são dívidas dos governos com pessoas e empresas já reconhecidas pela Justiça em todas as instâncias. Além do parcelamento indefinido, a nova EC 136 estabelece um limite da receita corrente estadual e municipal que deve ser destinada ao pagamento dessas dívidas, sem estabelecer um prazo máximo para sua rolagem. 

Outra má notícia para o credor é a mudança do índice de correção dos precatórios. Até agora, a taxa aplicada era a Selic, que está em 15% ao ano. Com a promulgação da EC 136, passa a ser o IPCA mais 2%, ou seja, o índice da inflação acrescido de 2% ao ano – o equivalente, hoje, a pouco menos de 7,5%.

Governo federal também terá ganhos com a EC 136 

O governo federal não deixou de ser agraciado pelo Congresso Nacional e teve os seus precatórios excluídos do limite de gastos do arcabouço fiscal a partir do ano que vem. A medida trará alívio para as contas do governo que, já em 2027, tinha a previsão de ficar sem espaço para despesas como o piso da educação e da saúde. 

A medida contraria decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual os precatórios deveriam retornar ao limite de gastos do governo já em 2027. Além disso, a PEC 66 – agora convertida na EC 136 – ainda estabelece que os precatórios sejam incorporados de forma gradual ao resultado primário: com 10% a partir de 2027, acrescidos de 10% anualmente.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.