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Obama pediu que políticos norte-americanos deixem de lado disputas sectárias e trabalhem juntos pelos desempregados | Alex Wong/AFP
Obama pediu que políticos norte-americanos deixem de lado disputas sectárias e trabalhem juntos pelos desempregados| Foto: Alex Wong/AFP

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou na noite de ontem o plano da sua administração para gerar empregos, o qual demandará renúncias fiscais e investimentos em infraestrutura avaliados em US$ 447 bilhões. Segundo Obama, o objetivo da Lei de Empregos Americanos, como o plano foi chamado, é "botar mais pessoas para trabalhar e colocar dinheiro no bolso das que estão trabalhando". O plano prevê a redução dos impostos sobre a folha de pagamento dos empregados, para os empregadores, e também na redução das contribuições dos trabalhadores para a previdência. O corte, segundo Barack Obama, beneficiará pequenas empresas.Mais da metade do pacote de US$ 447 bilhões virá de cortes de impostos para empregadores e empregados. Neste total, estão US$ 55 bilhões para estender o seguro-desemprego através de 2012. Outros US$ 50 bilhões são para projetos nos transportes e US$ 10 bilhões para financiar empresas de infraestrutura. Segundo a Casa Branca, outros US$ 35 bilhões serão usados para contratar professores nos próximos dois anos, informou o Wall Street Journal. Obama defendeu um código tributário mais justo. "Warren Buffett paga menos impostos que sua secretária", ele disse.

O presidente insistiu várias vezes para que os congressistas aprovem imediatamente o pacote. "Tudo o que está nessa lei será pago", prometeu Obama, lembrando que vários pontos do plano são plataformas comuns tanto dos democratas, que são maioria no Senado, quanto dos republicanos, que dominam a Câmara de Repre­sentantes.

Obama defendeu os investimentos em infraestrutura. "Ter uma rede moderna de transportes é o que nos torna uma superpotência econômica", disse Obama. Ele comparou os EUA com a China, que estão ampliando e modernizando sua infraestrutura rodoviária e ferroviária. "Não construiremos mais pontes para lugar nenhum", disse.

Ceticismo

Analistas passaram a semana tentando interpretar as mensagens e promessas do governo para estimar quais áreas o plano afetaria e qual seria sua dimensão. Pelos cálculos apresentados, a maioria achava as propostas insuficientes para estimular uma economia que cresceu menos que o esperado no primeiro semestre e um nível de desemprego que não cai para menos de 9%.

Obama já havia anunciado que estenderia os cortes de impostos para a classe média – eles expiram no fim deste ano – e que proporia investimentos na construção e reparo do sistema rodoviário. Mas, até então, suas propostas eram vistas por analistas políticos e economistas como pouco específicas.

Pesquisa divulgada na quarta pelo Centro de Pesquisa Pew mostrava que entre 62% e 71% dos americanos (conforme a medida) achavam que a proposta teria pouco ou nenhum efeito sobre a situação dos empregos no país. O investimento em infraestrutura – proposta com maior chance de esbarrar na oposição – era a medida vista como mais efetiva, com 36% afirmando que terá impacto. Já o corte nos impostos dos cidadãos era tido como importante por menos de um em cada quatro americanos.

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