Brasília - A economia brasileira teve um desempenho melhor que o da maioria dos países durante a crise financeira, mas precisa de mais cortes de juros e menos estímulos fiscais até o fim do ano para se recuperar. A recomendação faz parte de um relatório da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem.
A OCDE é uma organização que reúne 30 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil não faz parte dela, mas possui acordos de cooperação. De acordo com a organização, o Brasil não ficou imune à crise mundial, mas já está em curso uma recuperação que vai mostrar seus efeitos no segundo semestre deste ano e em 2010.
Em junho, a OCDE já havia revisado a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 0,3% para 0,8%. Para 2010, a organização espera um crescimento de 4%. A inflação prevista é de 4,2% nos dois anos, abaixo da meta de 4,5% fixada pelo governo.
O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, esteve reunido ontem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a apresentação do documento. "O Brasil, apesar de ter sido afetado pela crise global, tem se mostrado bastante preparado para superá-la, disse o secretário.
Para a organização, a política de juros do Banco Central diante da crise tem sido "apropriada. Desde o início do ano, o BC já reduziu a taxa básica de juros de 13,75% ao ano para 9,25% ao ano. Mas, para a OCDE, deve haver "espaço para alguns cortes adicionais. No Brasil, o mercado financeiro projeta apenas mais um corte, no fim de julho, para 8,75% ao ano.
Por outro lado, a organização avalia que novos incentivos fiscais, como a redução de impostos para alguns setores, só devem ser adotados caso a crise se torne mais severa. Neste ano, o governo já reduziu tributos para setores como automotivo, eletrodomésticos, construção civil e alimentos.
Durante a conversa com Mantega, Gurría convidou o Brasil a ingressar na OCDE. O ministro disse que o convite será analisado, mas deixou claro que não há interesse. Segundo ele, para entrar na OCDE o Brasil teria de seguir as regras do bloco de relacionamento com outros países. Ele deu dois exemplos: o país não poderia exportar ou importar em moeda local e também não poderia perdoar as dívidas de países mais pobres, como fez recentemente com o Haiti.
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