É uma pequena ironia a Telefónica fazer uma oferta pela GVT. Em 2009, a Vivendi, atual controladora da operadora de telefonia que tem sede em Curitiba, venceu a própria Telefónica em uma disputa em que houve uma troca amarga de acusações. Na época, a Vivendi comprou ações e opções de compra de ações através um fundo que camuflou a operação. Assim, ela conseguiu uma participação majoritária contornando a oferta da Telefónica. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigou a operação e encerrou a questão após o fundo usado pela Vivendi pagar uma multa de R$ 10 milhões.
Em cinco anos, a GVT continuou expandindo sua área de atuação e hoje apresenta um dos melhores serviços de internet banda larga do país. Tem também boa penetração em TV a cabo. É a única "operadora espelho" criada no tempo da privatização da telefonia que deu certo e que sobrevive mesmo sem uma operação de telefonia móvel. Desde 2012 a Vivendi admite que quer vender a GVT e o primeiro nome a aparecer na disputa foi o da Telecom Italia, dona da TIM Brasil. Unir as duas empresas faz muito sentido, já que a TIM não tem penetração em telefonia fixa e TV a cabo.
A Telefónica voltou à briga após o Cade, órgão brasileiro de defesa da concorrência, demonstrar insatisfação com o fato de a Telefónica ter aumentado sua participação na Telecom Italia. Indiretamente, os espanhóis controlam dois grupos de telefonia móvel no Brasil, TIM e Vivo, e terão de ficar com apenas uma delas. O caminho escolhido deve ser uma redução de sua participação na companhia italiana, o que abre a possibilidade de um cenário ruim para a Telefónica: mais um competidor forte no mercado brasileiro formado pela união TIM-GVT. Por isso, faz sentido que a Telefónica faça a oferta neste momento, apesar de ter alguma sobreposição na atuação das duas empresas.
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