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TIM detém hoje quase 27% do mercado de telefonia móvel | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
TIM detém hoje quase 27% do mercado de telefonia móvel| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Negócio

Batalha pela GVT esquenta enquanto Telefónica considera aumentar oferta

Reuters

O conselho da espanhola Telefónica irá se encontrar para decidir sobre uma melhora da sua oferta pela brasileira GVT, unidade de banda larga da francesa Vivendi, disse ontem uma fonte familiarizada com a situação. A intenção seria superar a oferta esperada de 7 bilhões de euros da Telecom Italia. A proposta inicial da Telefónica é de 6,7 bilhões de euros.

As empresas estão disputando a GVT numa tentativa de compensar a desaceleração do crescimento nos maduros mercados de telecomunicações europeus com a receita em franca expansão no Brasil. A empresa francesa deve discutir as ofertas em um encontro antes de publicar os resultados do segundo trimestre.

Segundo fontes ouvidas nesta semana, a Telecom Italia irá oferecer cerca de 7 bilhões de euros pela GVT em uma negociação que daria à Vivendi uma fatia entre 15% e 20% no grupo italiano.

Leilão

Todas as movimentações ocorrem ao mesmo tempo em que as operadoras se preparam para o leilão da frequência de 700 MHz do 4G, marcado para 30 de setembro. O preço mínimo das seis licenças é de R$ 7,7 bilhões.

Semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu que as negociações entre as operadoras têm influência sobre o leilão, mas disse que o governo não mudará os prazos. "Isso não é problema nosso", afirmou.

A operadora Oi espera unir-se à Claro, da mexicana América Móvil, e à Vivo, da espanhola Telefónica, para realizar uma oferta de aquisição pela TIM. Para isso, contratou o BTG Pactual com o objetivo de desenhar uma oferta que resolva questões financeiras e regulatórias.

A ideia é que o BTG Pactual, também sócio da Oi, viabilize a consolidação tanto do ponto de vista financeiro – já que a Oi não teria condições de arcar com a oferta sozinha – como regulatório. Segundo uma fonte próxima ao assunto, uma oferta conjunta teria menos chance de receber objeções do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A oferta ainda não foi desenhada pelo BTG Pactual, mas a expectativa é que Claro e Vivo manifestem-se em breve sobre a participação na proposta de aquisição da TIM. O BTG também irá estruturar a operação de forma a permitir que a Telefónica, que já recebeu orientação do Cade para reduzir sua participação na Telecom Italia, possa participar da oferta. A Telecom Italia detém 67% da TIM. O valor da fatia, a preços de mercado, é de cerca de R$ 18,4 bilhões.

Procuradas, Oi e Claro não se manifestaram. A TIM disse em fato relevante que sua controladora tomou conhecimento da informação de que a Oi fará oferta de compra da companhia brasileira, mas que "está completamente alheia" e que "não sabe nada" da iniciativa.

Endividamento

A oferta surpreendeu especialistas, que se questionaram de onde viriam os recursos por parte da Oi, uma empresa que já enfrenta alto nível de endividamento. De acordo com balanço divulgado no segundo trimestre, a dívida líquida da Oi estava em R$ 46,23 bilhões em junho. Além disso, a Portugal Telecom enfrentou recentemente o calote de 897 milhões de euros da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, principal sócio da operadora portuguesa, com a qual a Oi está em processo de fusão.

Segundo dados de terça-feira da BM&FBovespa, a Oi tinha valor de mercado de R$ 11,6 bilhões, bem inferior ao valor de mercado da TIM, de R$ 27,7 bilhões.

Segundo a Agên­cia Na­cional de Telecomu­nicações (Anatel), a Vivo lidera o mercado de telefonia móvel no Brasil, com perto de 29% de participação, seguida da TIM, com quase 27%. A Oi, quarta colocada, tinha uma fatia de 18,5% do mercado em junho.

Efeito na bolsa

As ações da Oi subiram ontem 6,72% na Bolsa, para R$ 1,43, enquanto os papéis da TIM valorizaram 10,05%, a R$ 12,59 cada um. "A Oi possui um endividamento na casa de R$ 47 bi, ainda bastante alavancado. Em suma, o endividamento da Oi hoje torna a operação bastante complexa", avalia Ricardo Kim, analista da XP Investimentos, em relatório.

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