• Carregando...

A crise energética chegou nesta quarta-feira a seu pior momento. Pelo menos é o que dizem os jornais argentinos. Segundo o "La Nación", "estas são as 48 horas mais difíceis da crise". O jornal afirma que mais de 1.600 postos de combustíveis de bandeira branca já estão fechados, sem o combustível.

Segundo o "La Nación", entre os principais prejudicados, além dos donos de postos, estão os taxistas que têm seus carros abastecidos por GNV.

Apenas postos pertencentes à Repsol-YPF e Petrobras continuam funcionando na capital e nas cercanias de Buenos Aires. No entanto, eles foram obrigados pelo governo a vender a gasolina comum e super ao mesmo preço do GNV, por 72 horas. Além disso, o combustível foi racionado. Cada veículo só pode abastecer 25 litros na segunda-feira. Na terça, a quantidade subiu para 40 litros, mas apenas para taxistas.

Já em Bariloche, foram 20 horas sem energia. O fornecimento foi reestabelecido ao meio-dia desta quarta-feira. Durante todo o período, apenas 25% da cidade tinha luz elétrica graças a geradores próprios movidos a gasolina. As temperaturas em Bariloche e em outras localidades da Patagônia argentina estavam negativas em até 20ºC.

Em Buenos Aires, dois dos principais bairros turísticos, Palermo e Ricoleta, ficaram sem luz. Em localidades próximas também está havendo falta de energia. Em La Matanza, a cidade mais povoada ao redor de Buenos Aires também ficou sem luz. Algumas províncias estão montando esquemas próprio de racionamento de energia.

A dificuldade é tanta que a Comissão Nacional de Energia Chilena informou que a Argentina não está mais enviando gás natural ao país, através do Gasodunto dos Andes. A informação é do "Âmbito Financeiro". Segundo a comissão, os medidores marcam zero metros cúbicos.

Kirchner diz que crise é coisa de pessimista

O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, disse, nesta quarta-feira, em discurso na Bolsa de Valores de Buenos Aires, que não existe crise energética na Argentina. Segundo ele, "isso é coisa de pessimistas". Para o presidente argentino, a economia vai de vento em popa e problemas e profecias de colapsos são intriga da oposição.

Os analistas dizem que Kirchner está fazendo o possível para camuflar a existência de uma crise de energia. No entanto, dissimular a crise está difícil .

Na terça-feira, de noite, deixou de funcionar por falta de água a Hidrelétrica de Alicura, na Patagônia, deixando a cidade de Bariloche às escuras.

O país depende principalmente do gás natural – representa mais de 50% da energia consumida tanto em casas, indústrias e automóveis.

Segundo dados oficiais, 93,1% dos carros particulares são movidos a gás natural. No mercado total de combustíveis para automóveis, 65,8% são abastecidos a diesel – que também está em falta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]