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Uma paralisação da Polícia Federal iniciada nesta terça-feira não afetou até o momento os embarques de produtos e movimentação de navios nos portos brasileiros, disseram fontes ligadas à área.

Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), 70 por cento dos policiais federais aderiram à greve em todo o Brasil. O restante estaria trabalhando nos serviços essenciais, como emissão urgente de passaporte, trabalho de carceragem e operação padrão de aeroportos.

A PF trabalha atualmente em grandes operações. Uma das mais importantes, a Operação Navalha, que denunciou desvio de recursos públicos e fraudes em licitações, foi mantida apesar da greve.

"As investigações (da Operação Navalha) prosseguem porque elas têm prazo fixado pela Justiça. As outras, de outras operações, ficam paradas", disse um assessor da Fenapef.

O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) relatam não ter conhecimento de consequências da greve nos embarques de produtos em portos até o momento.

Porém, o Sindicato das Agências Marítimas do Paraná (Sindapar) informou que deve entrar nesta terça-feira com um mandado de segurança para garantir pelo menos os serviços fundamentais da PF no Porto de Paranaguá.

"(O pedido) está na mão de advogado, para ver se conseguimos hoje (terça-feira) uma liminar para que os navios possam operar normalmente enquanto perdurar a paralisação", afirmou a gerente executiva do Sindapar, Jerusa Marques.

Segundo ela, 100 por cento dos funcionários da PF que trabalham no porto participam da paralisação.

"Se eles estivessem com o efetivo trabalhando, não haveria necessidade da ação, mas não tem nenhum serviço", disse ela, destacando que a situação é diferente em cada porto brasileiro.

Operadores marítimos apontaram que o principal efeito da greve até agora é a dificuldade em autorizar a saída das tripulações estrangeiras dos navios, o que dificulta a troca de equipes.

Uma das maiores tradings de açúcar do país que opera em Santos informou que não observou atrasos ou dificuldades. Segundo operadores, o que poderia afetar os embarques seria uma greve da alfândega, mas não há indícios disso.

"Esse setor é da Receita Federal, que faz a fiscalização, a checagem. (Só) se houver alguma infração, irregularidade, mercadoria ilegal, a PF é acionada", explicou José Amaury de Rosis Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo.

A paralisação de 72 horas foi decidida após os policiais federais terem rejeitado a proposta oferecida pelo Ministério do Planejamento em reunião na segunda-feira, na qual estava em pauta reajuste salarial de 30 por cento em duas parcelas.

A Fenapef reivindica que o governo pague uma parcela em junho de 2007 e a outra em junho de 2008, mas o governo só quer pagar em março de 2008 e março de 2009, o que não foi aceito pelos policiais.

Segundo a Fenapef, um novo encontro entre policiais federais e a equipe econômica do governo está marcado para a tarde de quinta-feira.

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