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“Pizza e lasanha, eu prefiro as da Perdigão; as da Sadia ficam muito moles. Quando não tiver mais pizza Perdigão, eles [a Brasil Foods] vão perder um cliente, porque já experimentei algumas outras marcas e não gostei. Vou acabar pedindo para o disk-pizza.” Francisco Rocha, policial civil | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
“Pizza e lasanha, eu prefiro as da Perdigão; as da Sadia ficam muito moles. Quando não tiver mais pizza Perdigão, eles [a Brasil Foods] vão perder um cliente, porque já experimentei algumas outras marcas e não gostei. Vou acabar pedindo para o disk-pizza.” Francisco Rocha, policial civil| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
  • Veja alista de produtos que não estarão mais disponíveis após a venda dos ativos

A aprovação com restrições da fusão entre Perdigão e Sadia forçará uma porção de consumidores a mudar seus hábitos de consumo. Clientes fiéis de determinadas marcas, eles terão de lidar com o sumiço do presunto Perdigão, da pizza Batavo e de uma série de outros produtos das prateleiras dos supermercados.

Já há quem pense em começar a fazer estoque do seu produto. Mas, ao menos por enquanto, não há razões para preencher desesperadamente a despensa e a geladeira com os produtos marcados para sumir. A BRF - Brasil Foods, empresa resultante da fusão, informa que as restrições determinadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) serão colocadas em prática somente no ano que vem.

As imposições do Cade envolvem a venda de algumas marcas e a suspensão de alguns produtos (veja quadro nesta página). De acordo com a BRF, os produtos só sumirão das prateleiras depois da venda de marcas e ativos como fábricas e centros de distribuição, que juntos representam uma capacidade de produção de 730 mil toneladas.

Desconhecidas por grande parte dos consumidores, as medidas já pegam de surpresa muita gente nos supermercados. Na última quinta-feira, a terapeuta ocupacional Camila Facchiano ficou surpresa ao saber que sua lasanha predileta, da Batavo, sumirá do mercado por pelo menos quatro anos. "Nossa, por quê? É a marca de que eu mais gostava. Tem o melhor custo-benefício, é a mais gostosa e barata. Vou ter de encontrar outra, mas não vai ser tão boa", lamentou.

O acordo fechado com o Cade prevê que a marca Batavo fique restrita apenas a produtos lácteos, não atuando mais em alimentos processados e carnes. Um alento para quem é apaixonado pela bebida láctea Chocomilk, mas uma notícia ruim para quem gostava de outros produtos da marca – caso da secretária Lídia Banachek, que carregava duas pizzas congeladas da Batavo em seu cesto de compras. "Será por isso que não tem mais pizzas da Batavo nos frezeers? Já estão começando a fazer estoque? Se outra marca comprasse a Batavo, eu experimentaria, mas só voltaria a comprar se fosse igual à de hoje. Na hora de escolher presunto e pizza, sempre busco a marca mais famosa e depois a que vem em segundo lugar", explica.

O comerciante Jorge Luiz Espena reclama que, com a retirada de algumas marcas, o consumidor terá menos alternativas, inclusive de preço, na hora de fazer as compras. "No geral, as marcas de presunto são muito parecidas, e por isso acabo optando pelo melhor preço. Por isso, prefiro o presunto com capa da Sadia e o sem capa da Perdigão. Mas agora terei menos opções, né? Vou acabar levando o que tiver", diz.

Mas, para o policial civil Francisco Rocha, os produtos não são todos iguais. Enquanto escolhia presunto, ele disse preferir o da Sadia ao da Perdigão. "Mas pizza e a lasanha, eu prefiro Perdigão; as da Sadia ficam muito moles", conta. "Quando não tiver mais pizza Perdigão, eles [a Brasil Foods] vão perder um cliente, porque já experimentei algumas outras marcas e não gostei. Vou acabar pedindo para o disk-pizza, porque aí terei certeza de que vai ser gostosa, mesmo pagando mais."

A solução, diz a empregada doméstica Ivanir Martins da Silva Santos, é se adaptar. "Sempre procuro presunto da Batavo ou da Perdigão. É uma pena [a retirada das marcas], porque já estamos acostumados. Mas sabendo que não vai mais ter, vou ter de procurar outra marca. Fazer o quê, né?"

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