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Moda chegou a Curitiba em 2009

Os cupcakes chegaram a Curitiba apenas em 2009, e os poucos empreendedores que apostaram no bolinho não têm do que reclamar: enquanto alguns conseguiram lucro já no início do negócio, outros já pensam em abrir filiais fora da capital paranaense.

Foi assistindo a um programa de culinária americano que Patrícia Sarot se interessou pelo negócio. Apaixonada por gastronomia, a dentista fez um cupcake para o marido e aproveitou para apresentar a novidade aos amigos. A brincadeira deu resultado: Patrícia lucra com seus minibolos personalizados desde que começou a pegar encomendas, em setembro de 2009. "Atualmente lucro 60% mais do que no início", conta.

Caroline Klüppel Strobel, uma das donas da Cupcake Company, percebeu a oportunidade quando viajou com a família para os Estados Unidos há quatro anos e reparou que no Brasil não havia lojas especializadas no ramo. Caroline e a mãe inauguraram um espaço no bairro Bigorrilho em janeiro de 2010 e precisaram investir muito no começo para adequar a produção ao aumento constante da demanda. "Demo­ramos mais ou menos um ano para alcançar o equilíbrio e começar a lucrar", explica. Agora operando no azul, mãe e filha resolveram ampliar os negócios em 2011. A meta da Cupcake Company é abrir três filiais no Paraná e Santa Catarina.

Anelise Peters conheceu os bolinhos em Nova York, onde morou. Ela, sua mãe, Regina, e as irmãs Ana Karine e Ana Paula abriram a Rosa Cravo Café Boutique em dezembro de 2009. O começo não poderia ter sido melhor: venderam muito no Natal. Mas, nos cinco meses seguintes, o lucro sumiu. "Tudo o que ganhávamos cobria as despesas", conta Anelise. Atualmente, apenas 20% do faturamento da Rosa Cravo é usado para cobrir as despesas. Para 2011, a família pretende apenas reforçar a marca e aumentar os lucros em 50%. Segundo as empresárias, fora de datas especiais como Dia das Mães, Dia da Criança, Páscoa e Natal, o que garante o bom faturamento das cupcakerias são eventos como formaturas, aniversários e casamentos.

Da Redação - Colaboração de Gabriela Campos

  • Anelise, Ana Karine e Regina, da Rosa Cravo: objetivo de elevar lucro em 50%

A mania dos cupcakes não conhece limites. A Crumbs Bake Shop, maior rede que comercializa os tais bolinhos nos Estados Unidos, vai abrir o capital por meio de uma fusão de US$ 66 milhões com o fundo de investimentos 57th Street General Acqisition. Por meio do acordo, a Crumbs deverá levantar dinheiro suficiente para colocar em prática seus am­­biciosos planos de expansão.

Essa movimentação ocorre num momento em que as lojas de cupcake proliferam nos EUA. A Sprikles, de Los Angeles, começou em um único en­­dereço em Be­­verly Hills e ho­­je tem sete – além de planos para abrir ou­­tros três. Wa­­­­shington é re­­pleta desses es­­ta­­belecimentos. À frente dessa mo­­da na ca­­pital norte-americana está a Geor­getown Cupcake, cujos donos já estrelaram um reality show. Merece destaque também a nova-iorquina Magnolia Bakery, com três filiais e um lugar permanente na história do cupcake graças às referências feitas pelas protagonistas da série Sex and the City.

Fundada em 2003, quando Jason Bauer e sua esposa Mia resolveram abrir uma padaria em Nova York, a Crumbs cresceu rapidamente – atualmente são 34 lojas em 6 estados norte-americanos, de Calabasas, na Ca­­­lifórnia, a Clarendon, na Virgí­­nia. Bauer, que hoje é o executivo-chefe da companhia, planeja uma expansão para 200 cidades até 2014.

No ano passado, a Crumbs faturou US$ 31 milhões e teve um Ebitda (índice que mede a geração de caixa de uma empresa) de US$ 2,5 milhões. Pelas contas de Bauer, os números podem ser traduzidos na venda de 13 milhões de cupcakes.

Operação

O fundo de investimentos vai repassar à Crumbs US$ 27 milhões em dinheiro e outros US$ 39 milhões em ações. Os sócios-proprietários da Crumbs também devem receber um adicional de US$ 44 milhões em ações, dependendo do desempenho dos papéis e dos lucros futuros da companhia. O negócio pode ser concluído no mês que vem, quando as ações da Crumbs passarão a ser listadas na bolsa de valores. O casal Bauer vai manter uma participação significativa e permanecerá no comando da empresa. Edwin Lewis, executivo do mundo da moda que pagou US$ 10 milhões para adquirir 50% do capital da Crumbs em 2008, vai continuar no conselho de administração da rede.

Quando a Crumbs surgiu, Nova York assistia a uma onda de abertura de lojas de cupcake. Em novembro de 2003, o New York Times chegou a publicar uma reportagem que tratava da mania. "Em Nova York, os cupcakes não estão relacionados a festinhas escolares, mas sim à arte e à moda. Eles são uma atração turística com potencial para se tornar um grande negócio", dizia o texto.

O carro-chefe da Crumbs está nos cupcakes de US$ 3,75 – docinhos gigantes que vêm em sabores como torta de maçã, cookie e doce de leite. Há também o cupcake "semiassado", 590 calorias na forma de um minibolo de mármore com cobertura de creme de baunilha e mousse de chocolate.

O modelo de negócios da Crumbs se parece mais com o de grandes corporações do que com muitos de seus concorrentes, como a Magnolia Bakery, cujas lojas mantêm um clima nostálgico. Apesar de todas as receitas da Crumbs serem de autoria de Mia Barrow, não há cozinhas nem fornos em suas instalações: todo o serviço de panificação é terceirizado.

Parceiro

O 57th Street General Acquisition é uma empresa que faz aquisições com propósitos específicos – um fun­­do de investimentos de capital aberto que não tem operações próprias, mas que aplica seu capital na compra de negócios produtivos. Ele foi lançado no ano passado por Mark Klein, ex-executivo-chefe do Ladenburg Thalmann, um pequeno banco de investimentos.

A notícia de que a Crumbs vai abrir o capital pode levar os mais céticos a alertar sobre uma eventual bolha financeira de cupcakes. Várias redes do ramo alimentício com conceitos modernosos e que hoje passam por dificuldades tiveram uma história de ascensão rápida – dois exemplos são a Cosi e a Jamba Juice. Bauer, no entanto, ignora essas advertências. "Estou neste negócio há oito anos e desde então não paramos de crescer. Se eu ganhasse um centavo a cada vez que alguém dissesse que os cupcakes não passam de uma moda passageira, esse acordo não seria necessário", diz.

Tradução: João Paulo Pimentel

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