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Um dos resultados da crise de 2008 foi uma mudança na percepção de risco entre os agentes do mercado. Depois de todos terem sido pegos de surpresa pela implosão de bancos e empresas considerados saudáveis, a vigilância sobre possíveis inadimplentes passou a ser maior, e isso vale tanto para as corporações quanto para os países. "Portugal, Itália, Grécia, Espanha e Irlanda já estavam com altos índices de endividamento muito antes da crise", assinala Marcelo Curado, da UFPR.

Na virada do século, por exemplo, a dívida da Grécia já era equivalente a 103% do Produto In­­terno Bruto, enquanto a da Itália estava em 108% – a Alema­­nha estava com 54%. A situação realmente se deteriorou (no ano passado a relação dívida/PIB da Grécia chegou a 149%, e a da Itália, a 119%), mas ela já era preocupante.

"Se não fosse essa muidança na percepção de risco, essa situação atual talvez fosse postergada e não fosse tão ampla", diz. Hoje, países em situação menos grave, como França (que tem dívidas equivalentes a 87% do PIB) e Bél­gica (96,8%) estão sendo colocados no mesmo barco daqueles que estão à beira do abismo, uma situação que coloca em dúvida a saúde financeira de todos os países que adotam o euro como moeda. "Mas isso teria de acontecer, em algum momento", arrisca Curado.

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