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Crédito desafia micros e pequenas no ano que vem

Entre as pequenas e microempresas, o nível de otimismo para 2014 é ligeiramente inferior à média, com 74,23%. Pela primeira vez, a sondagem da Fiep levantou dados também entre os empresários de menor porte.

A principal diferença entre os resultados de grandes e pequenos está na captação de recursos. Entre as indústrias de pequeno porte, 54,13% utilizaram recursos de terceiros para tocar ou investir no seu negócio nesse ano.

Recursos

Para o diretor superintendente do Sebrae no Paraná, Vitor Roberto Tioqueta, esse é justamente um dos desafios para 2014, com o cenário de crédito mais caro e escasso. "As empresas de menor porte têm mais dificuldade em ter acesso a linhas de financiamento por conta das garantias exigidas", acrescenta.

O empresário de grande porte, ao contrário, usa principalmente recursos próprios, segundo Roberto Zürcher, economista da Fiep.

Intenções

Para 2014, o levantamento mostra que 69,41% desse público usará o próprio caixa para fazer novos investimentos. Outros 48,82% pretendem usar alguma linha de crédito do governo e 18,24% pretendem captar recursos junto a linhas de crédito privado.

O otimismo dos empresários da indústria é o menor desde a crise econômica de 2008. Sondagem realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com 354 empresas revela que 76,49% delas têm uma expectativa favorável para o próximo ano. Apesar do número ainda ser considerado alto, ele está abaixo do registrado na edição do ano anterior, de 84,02%. Em 2009, em meio a crise financeira internacional, o número de otimistas tinha despencado para 62,17%.

INFOGRÁFICO: Porcentual de empresários otimistas em relação a 2014 caiu

O desânimo maior está sendo puxado pelo fraco desempenho da economia e das vendas industriais. De janeiro a outubro deste ano, a indústria do estado cresceu apenas 0,89%. "No ano passado, o empresariado estava otimista, mas no ano as vendas avançaram menos de 1%" diz o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. De maneira geral, as projeções são de que 2014 será um ano ainda pressionado pelo endividamento do consumidor, pela alta dos juros e pela inflação alta.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor avance 2% em 2014, contra os 1,4% projetados para este ano. "Esperamos algo superior a esse ano, já que a base está deprimida e a Copa do Mundo e as eleições devem movimentar a economia', diz Maurílio Schmitt, coordenador do departamento econômico da Fiep.

O dólar, que deve se manter na casa dos R$ 2,35, deve favorecer as exportações para o próximo ano. "O câmbio nesse patamar beneficia quem vende lá fora sem comprometer de maneira significativa as importações", afirma Campagnolo.

Entre os empresários que se dizem otimistas, 40,97% preveem investir mais em 2014 e principalmente na melhoria de processos, produtividade e modernização tecnológica. Para a maioria (62,94%), a satisfação do cliente é a estratégia de maior importância para 2014, seguida pelo desenvolvimento dos negócios (50%) e satisfação dos funcionários (32,35%).

Entraves

A carga tributária é o principal problema no mercado interno para a maioria dos empresários (73,82%), seguida por encargos sociais elevados (62,94%), custo financeiro elevado (39,41%) e mão de obra não qualificada (38,24%).

Para os empresários que atuam no exterior, a lista de reclamações é encabeçada pela carga tributária (43,53%), encargos sociais elevados (37,65%), burocracia (37,35%), custos portuários (30,59%) e custo do transporte (27,06%).

Infraestrutura

Segundo Roberto Zür­cher, economista da Fiep, um dado que chama atenção no levantamento é que a maioria dos empresários da indústria se mantém insatisfeita com a infraestrutura no estado. "Apenas energia tem a aprovação do empresariado. A pesquisa mostra que a maioria não está feliz com aeroportos, ferrovias, rodovias e telefonia e é indiferente aos portos", diz.

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