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O G20 expressou nesta sexta-feira (10) "otimismo" com a recuperação econômica global, ao remarcar os progressos realizados para elevar o crescimento em 1,8% nos próximos cinco anos, e relembrou a "enorme demanda" por infraestrutura no mundo todo. "Sou um otimista realista", afirmou o ministro da Economia da Austrália, Joe Hockey, que ocupa a presidência rotativa do G20, ao fim da reunião dos presidentes dos bancos centrais e ministros de Economia do grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia

Apesar de reconhecer as "renovadas debilidades" que as economias enfrentam, assim como a zona do euro, Hockey ressaltou a consolidação da recuperação nos Estados Unidos e o bom ritmo de crescimento na Ásia. No discurso, o ministro australiano assinou em baixo das análises emitidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que pediu às economias avançadas reformas estruturais já que não se pode depender exclusivamente do estímulo monetário. "A Europa pode melhorar. Tem que haver reformas estruturais, para potencializar a competitividade, por exemplo", disse Hockey.

O tom do ministro australiano contrasta com outras reuniões do G20 e do FMI e do Banco Mundial, nas quais prevalecia um espírito mais taciturno. Hockey voltou a insistir, como fizeram os ministros do G20 na cúpula de Cairns (Austrália) no mês passado, no investimento em infraestrutura como elemento fundamental para alcançar os objetivos de expansão do PIB mundial em 1,8% para 2018.

Inicialmente os membros do G20 tinham determinado um percentual de 2%, mas decidiram diminuí-lo ligeiramente para 1,8%. Hockey assegurou que existe "uma enorme demanda de investimentos em infraestrutura tanto dentro como fora do G20" e repetiu que este ponto será "chave dentro da agenda de crescimento para os próximos anos".

O ministro australiano apontou a importância de aproveitar o contexto atual de baixas taxas de juros nas economias avançadas, e apostou em buscar associações entre o setor público e o privado para desenvolver estes projetos. "Estes compromissos devem se traduzir em resultados", opinou.

Para isso anunciou "um marco de responsabilidade" mútua pelo qual os membros do seleto grupo "revisarão os avanços de seus parceiros", e no qual organismos como o FMI e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) terão um papel destacado. "Também estabelecemos medidas para estabilizar o sistema financeiro global e assegurar a honestidade do sistema fiscal internacional", comentou Hockey.

Entre elas está aumentar a consistência dos bancos de acordo com as normas de Basileia III, que exige maiores requerimentos de capital aos bancos sistematicamente, e o combater ao movimento de lucro internacional das grandes empresas por meio da sonegação fiscal.

Todos estes pontos serão definidos na cúpula de líderes do G20 que acontecerá em Brisbane, na Austrália, em novembro. Na ocasião, a presidência rotativa do organismo será entregue pela Austrália à Turquia. "Fico impressionado e animado pelos progressos realizados este ano e acho que estamos bem equipados para encarar qualquer desafio econômico que a economia global possam encarar no futuro", concluiu.

Os membros do G20 são a União Europeia, o G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Itália e França), Brasil, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia, África do Sul e Turquia.

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