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Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA | Divulgação/Polícia de Plam Beach
Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

As razões do Copom

Quatro fatores para uma decisão

Para justificar a queda no ritmo de flexibilização da taxa de juros, o Copom aponta quatro fatores: os estímulos já existentes para a expansão da demanda agregada; as incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária para a economia; os cortes de juros já implementados; e a menor distância entre a taxa básica de juros corrente e as taxas de juros que deverão vigorar em equilíbrio no médio prazo (a taxa de equilíbrio é a que permitiria crescimento sem inflação).

Foi com base nestas variáveis que cinco diretores do BC votaram, na reunião da semana passada, em favor da adoção de "parcimônia já" no processo de redução dos juros. Nas atas anteriores, o BC já havia mencionado a necessidade de maior parcimônia. Outros três integrantes do Copom, no entanto, consideraram que ainda havia espaço para adiar a redução na velocidade de queda dos juros.

Brasília – O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi um dos motivos que levaram o Banco Central (BC) a reduzir o ritmo de queda da taxa de juros. É o que revela a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. Mesmo sem citar especificamente o PAC, o BC aponta no texto o risco do aumento dos gastos do governo com o programa elevar ainda mais a demanda da economia e provocar novas pressões sobre os preços.

Para o BC, esse é um risco adicional para a inflação, neste momento em que a demanda doméstica já se expande a taxas "robustas" por causa do processo de queda da taxa Selic desde 2005, e do aumento do crédito, da renda das pessoas e das despesas do governo em 2006.

Na contramão da cautela do BC, no entanto, a ata informa que as projeções de inflação medida pelo IPCA continuam em queda para níveis mais baixos do que o centro da meta de 4,5% fixada para 2007. Para 2008, as estimativas também caíram. Os integrantes do Copom argumentam no documento que os dados sobre atividade econômica ainda não sugerem uma probabilidade elevada de pressões significativas sobre a inflação de curto prazo.

Mesmo assim, eles decidiram na reunião da semana passada – dois dias após o anúncio do PAC – reduzir a Selic em apenas 0,25 ponto porcentual, para 13% ao ano. A decisão não foi unânime. Nas cinco reuniões anteriores o Copom havia reduzido os juros em 0,50 ponto porcentual.

"A ata mostra que o Meirelles (Henrique) é o goleiro, é o zagueiro que faz gol contra", disse uma fonte do Ministério da Fazenda, referindo-se a uma declaração feita pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, no final do ano passado, para se defender das críticas de que a instituição era responsável pelo baixo crescimento da economia. Meirelles, na época, disse que não cabe ao goleiro fazer gol. A posição cautelosa manifestada na semana passada pelo Copom já havia desapontado a Fazenda, que esperava uma redução de 0,5 ponto porcentual da Selic.

Pela primeira vez, o BC incluiu em uma ata das reuniões do Copom a possibilidade de as contas do setor público fecharem 2007 e 2008 com um superávit primário menor do que a meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), devido à implementação do Programa Piloto de Investimento (PPI). O novo PPI, incluído no PAC, permite que a meta fiscal seja reduzida em até 0,50 ponto porcentual, para 3,75% do PIB.

Além disso, o BC previu que a expansão da indústria brasileira vai se acelerar em 2007 impulsionada por "impulsos fiscais" – como o Copom prefere chamar o aumento dos gastos do governo – e pela redução dos juros já adotada até agora.

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