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Rodrigo Pacheco
Presidente do Senado é o responsável por encaminhar na casa a indicação de Lula ao BC.| Foto: reprodução/TV Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda (20), fora da agenda oficial, para falar sobre a indicação do próximo mandatário do Banco Central. O atual comandante da autarquia, Roberto Campos Neto, deixa o cargo no final do ano.

Pacheco afirmou que Lula não citou quando deve indicar o sucessor do Banco Central, mas integrantes do governo apontam que deve ocorrer até o final do mês. O presidente do Senado disse ao presidente que terá “toda a boa vontade” para analisar o nome do escolhido – uma prerrogativa da casa.

“Temos toda a boa vontade para dar andamento a essas sabatinas, justamente porque devemos primar pela estabilidade e previsibilidade, especialmente em um tema tão sensível como a política monetária e uma autoridade tão importante quanto o presidente do Banco Central para a estabilidade econômica do país”, disse Pacheco a jornalistas à tarde.

O encontro de Pacheco e Lula ocorreu pela manhã no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, horas antes do "almoço institucional" de representantes dos Três Poderes no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a crise das emendas parlamentares.

Embora Lula não tenha dado uma data de quando fará a indicação do sucessor de Campos Neto, a expectativa do mercado financeiro é de que ele escolha o economista Gabriel Galípolo, que foi indicado por ele no ano passado ao cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central.

Até então, Galípolo era o secretário-executivo do Ministério da Fazenda – uma espécie de “número 2” do ministro Fernando Haddad – e teve o nome avalizado na época por Campos Neto.

A possível indicação de Galípolo chegou a despertar a suspeita do mercado financeiro de que ele sucumbiria ao desejo de Lula de influenciar na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e baixar a taxa básica de juros mesmo em meio ao cenário de incertezas da conjuntura econômica. A desconfiança só foi desfeita após ele próprio garantir que a autarquia seguirá vigilante e, se necessário, pode até mesmo subir a Selic.

A taxa de juros no atual patamar de 10,5% é fortemente atacada pelo governo e aliados de Lula, principalmente a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que acusam Campos Neto de sabotar o país por manter a Selic alta – embora a decisão seja colegiada inclusive com outros diretores indicados pelo Planalto.

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