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Senado

Pacheco vê Refis mais urgente que reforma do IR, que vai ficar para 2022

Pacheco
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, participou de evento com empresários paranaenses em Curitiba nesta segunda-feira (29) (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta segunda-feira (29) que o novo Refis, programa de refinanciamento de dívidas fiscais das empresas, precisa ser aprovado com urgência. De acordo com o parlamentar, ele será apreciado pela Câmara dos Deputados nesta semana e deve ser aprovado ainda neste ano.

“Nós temos o senso de urgência desse projeto do Refis. Eu pretendo aprová-lo, caso a Câmara o aprove, ainda esse ano para já mandar para a sanção do presidente da República. Há resistências naturais do governo, do próprio Ministério da Economia, mas vamos tentar com diálogo mostrar a importância para a sociedade”, disse, salientando que o Refis significa “a vida ou a morte de uma série de CNPJs no Brasil".

Para ele, essa proposta é ainda mais importante do que a reforma do Imposto de Renda, que deve ficar para 2022. “O Congresso quer entender melhor a reforma do Imposto de Renda”, acrescentou Pacheco.

A declaração do senador foi feita durante evento com empresários paranaenses, em Curitiba, organizado por sete entidades empresariais – Faciap, Fecomércio, ACP, Fetranspar, Fecoopar, Fiep e Faep.

Próprio governo "debreou" a reforma administrativa, diz Pacheco

Ao comentar sobre o andamento de reformas estruturantes no Congresso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta segunda-feira (29) que o próprio governo federal “debreou” a reforma administrativa que tramita na Câmara dos Deputados, ou seja, "pisou no freio". Segundo ele, a proposta para alterar as regras de contratação e análise de desempenho de funcionários públicos está paralisada porque gera antipatia do funcionalismo público em ano pré-eleitoral. Pacheco disse ainda que é a favor da reforma administrativa para que o Estado tenha um tamanho adequado, mas não deu nenhuma perspectiva sobre quando ela será analisada pelo Congresso.

Pacheco afirmou também que “a resistência que vem de alguns setores”, em relação à proposta de emenda constitucional (PEC), não deveria existir, porque afetaria somente os servidores que ainda serão contratados.

“É um remodelamento para o futuro, não atinge direitos adquiridos dos servidores públicos atuais, é o melhor modelo possível”, comentou. “Apesar dessa dificuldade, a reforma tem por parte do presidente do Senado toda a simpatia para que possa haver uma evolução que resguarde direito adquirido e que pense num plano de tamanho do Estado e de estrutura administrativa do Estado mais inteligente. E que possa atrair talentos que sejam verdadeiramente vocacionados para o serviço público”.

PEC dos precatórios vai à votação no Senado

O presidente do Senado informou também que a PEC dos precatórios, se aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta terça-feira (30), irá à votação no plenário do Senado na quinta-feira (2), após sabatinas do indicado do presidente Jair Bolsonaro  ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, e de Morgana Richa ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), entre outros indicados para agências reguladoras e embaixadas.

Pacheco defendeu a PEC, afirmando que é a solução encontrada para que a União faça o pagamento dos precatórios – que são dívidas judiciais da União transitadas em julgado – e ainda tenha espaço fiscal para pagar o Auxílio Brasil. Sobre as críticas ao remanejamento do cálculo da inflação, o senador disse que “a solução encontrada foi a solução possível”.

“Como a gente paga os precatórios dentro do teto de gastos fiscal e ainda tendo espaço para o bolsa família? Eu quero uma resposta que seja convincente nisso, que até agora eu não tive”.

Reforma tributária é a mais desejada, mas a mais complexa, afirma Pacheco

Ainda sobre as propostas legislativas estruturantes, Pacheco afirmou que a reforma tributária é a mais desejada pelo povo e pelo setor produtivo pela alta carga tributária do país, mas ao mesmo tempo a mais complexa.

“A necessidade de uma reforma tributária já foi assimilada pela sociedade e pelo Congresso. Mas ela é sem dúvida a mais complexa, não é uma equação que fecha de forma absoluta, cartesiana, lógica, clara”, explicou. “O Estado não quer deixar de arrecadar, nós não queremos pagar mais tributos, entre o setor produtivo também há divergências de interpretações sobre qual é a melhor reforma, então toda a proposta que se apresenta encontra rejeições e dificuldades”. Pacheco também cutucou o governo federal, afirmando que ele não capitaneou uma reforma que fosse ampla no Brasil.

A melhor proposta, segundo ele, seria a PEC 110/2019, de autoria do senador Davi Alcolumbre (DEM). Ela unificaria os impostos federais, unificaria os subnacionais (ICMS e ISS) com o objetivo de, segundo o presidente do Senado, simplificar o recolhimento de impostos no país.Pacheco citou que esse projeto tem apoio de secretários estaduais de fazenda de todos os estados e do Distrito Federal, da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e do próprio Ministério da Economia.

“Agora é uma questão de timing. Ela precisa ser aprovada na CCJ do Senado Federal. Quero muito que o presidente da CCJ [Alcolumbre] possa entender a importância dela para o Brasil”, concluiu.

Pacheco defende solução do Congresso para as emendas de relator

Após o evento, em entrevista à imprensa, o presidente do Senado voltou a defender a solução dada pelo Congresso para resolver a ordem do Supremo Tribunal Federal sobre as origens das emendas de relator: um projeto de resolução do CFongresso que amplia a transparência na apresentação, aprovação e execução de emendas de relator-geral do Orçamento – as classificadas como RP9, que tem um peso de R$ 16,9 bilhões no orçamento de 2021, dos quais R$ 9,3 bilhões já foram empenhados.

Apresentada na semana passada, a proposta está sendo apreciada pelo Congresso nesta segunda-feira. Se for aprovada, a partir de 2022, as emendas de relator terão que apresentar informações sobre o parlamentar que indicou o gasto público, bem como as solicitações que fundamentaram essas emendas, o que não ocorreu nos orçamentos deste ano e do ano passado, quando a rubrica RP9 foi instituída.

Pacheco disse que, pela norma atual, não seria possível informar quem indicou as emendas de relator. “O que existe na norma hoje é que o relator concentra nele todas as informações e a indicação de todos os recursos da sua rubrica de relator. O que o Supremo decidiu é que nas emendas de relator não conste apenas a indicação do relator, que ele passe a declinar também a fonte desta indicação, se é um parlamentar, um prefeito, um vereador, fundações”. E na norma atual do Congresso, segundo Pacheco, não há registros formais sobre as origens das emendas de relator em 2020 e 2021.

Contudo, ele salientou que “cada centavo dessas emendas é plenamente rastreável”. “Se sabe para onde foi e como foi. Há um processo orçamentário para isso, não há nada de secreto nisso”, afirmou.

Pacheco evita falar em eleições de 2022

O presidente do Senado evitou falar sobre as eleições de 2022 e disse que o intuito de sua visita a Curitiba, onde também se encontrou com o governador Ratinho Junior (PSD) e recebeu do prefeito Rafael Greca (DEM) a Ordem da Luz dos Pinhais (a máxima honraria municipal) tem apenas a ver com seu trabalho como presidente do Senado.

Gilberto Kassab, presidente do PSD, estava acompanhando o senador em sua visita à capital paranaense, mas também não falou sobre a candidatura de Pacheco à Presidência do Brasil. O recém-filiado ao PSD citou que o país deve priorizar o enfrentamento aos problemas mais urgentes, como a contenção da pandemia diante da ameaça de uma nova cepa, e frisou que vai tratar de eleições apenas em 2022.

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