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MEIOS DE PAGAMENTO

Pagamento mínimo é armadilha financeira

É melhor não pagar nada do que pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito. Esta pode parecer uma recomendação suicida do ponto de vista financeiro, mas ela parte de especialistas em finanças pessoais para se evitar a chamada "bola de neve" do crédito rotativo. Levantamento da Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores (ProTeste) mostra que a taxa de juros cobrada pelos cartões de loja pode chegar a 540% ao ano. Assim, uma compra de R$ 150 – uma calça jeans e uma blusa de moletom – em uma loja pode se tornar uma dívida de R$ 960 no prazo de um ano, caso o consumidor caia na tentação de pagar a parcela mínima da fatura.

A armadilha do rotativo está na facilidade do acesso ao crédito – que é pré-aprovado e não necessita de garantias – somado ao fato de que o pagamento mínimo da dívida volta a ser incorporado ao limite disponível para novas compras. Assim, os juros estratosféricos aliados à possibilidade de continuar gastando se tornam a receita infalível para a insolvência financeira dos usuários.

"Nunca pague o mínimo. É melhor não pagar nada do que entrar no rotativo", recomendou o professor e educador financeiro Mauro Calil em entrevista recente.

Bloqueio

A vantagem em não quitar a fatura parcialmente está no fato de que isso leva ao bloqueio do cartão, impedindo compulsoriamente novos gastos. Além disso, com o cartão bloqueado, os débitos pendentes podem ser renegociados com a operadora com taxas mais flexíveis que as praticadas pelo rotativo. "Quem paga o mínimo em um mês, provavelmente pagará o mínimo no seguinte também", diz Calil. Outra opção é contratar um empréstimo pessoal a juros menores em vez de arcar com as taxas do crédito rotativo.

Arapuca

A ProTeste alerta que, além da preocupação com as taxas de juros, é preciso ficar atento aos serviços embutidos nos cartões de lojas, como seguros e empréstimos. A entidade também chama a atenção para a falta de clareza nas informações publicitárias. Algumas redes oferecem o crédito rotativo como uma opção de pagamento ao cliente, sem no entanto indicar o custo e os encargos da operação.

Desde 2007, a ProTeste fez diversas denúncias ao Ministério Público contra 12 redes de varejo por propaganda enganosa, falta de informação de taxas e cláusulas abusivas nos contratos dos cartões. Em sete desses casos, as empresas concordaram em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar a publicidade. Outros cinco casos estão em andamento, após instauração de inquéritos civís. (ACN)

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