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Meios de pagamento

País tem 3 cartões por habitante

Na última década, transações com “dinheiro de plástico” cresceram mais de seis vezes no Brasil. E ainda há bastante espaço para esse mercado se expandir, diz analista

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Veja a projeção para 2010 sobre o crescimento no faturamento dos cartões |

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Veja a projeção para 2010 sobre o crescimento no faturamento dos cartões

Um cartão de crédito, um cartão de débito e um cartão de rede de loja estão presentes na carteira de cada brasileiro. No final deste ano, o número desses plásticos existentes no país deve alcançar, estatisticamente, a proporção de 3,2 por habitante, um recorde histórico para o setor segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito (Abecs). Ao atingir tal nível, o Brasil terá pouco mais da metade do índice de cartões de pagamento em circulação no mercado norte-americano, o mais desenvolvido do mundo, com 6 unidades por habitante. Mas, enquanto nos Estados Unidos o mercado se encontra praticamente estável desde o ano 2000, por aqui as transações via cartão cresceram mais de seis vezes (530%), e o volume de emissões dobrou a cada cinco anos.

O número de plásticos – cartões de crédito, débito e de redes e lojas – saltou de 118 milhões para 565 milhões entre 2000 e 2009, o que significa uma expansão de 378%. A se confirmar a projeção de crescimento de 11% para este ano, o setor terá acumulado um acréscimo de 432% na quantidade de cartões em relação à existente em 2000. E, com mais cartões circulando, o número de transações e o volume de faturamento também cresceram proporcionalmente: cada "dinheiro de plástico" emitido hoje gasta, em média, 55% mais do que há dez anos, em um volume de transações 23% maior.

Em 2010, o número de operações com cartões de pagamento deve atingir 7,1 bilhões, um acréscimo de 17% em relação a 2009. Já o faturamento pode ultrapassar a marca dos R$ 530 bilhões, volume 720% acima do registrado no início da última década.

Fatia

Mesmo com todo esse crescimento, apenas 2 em cada 10 compras feitas no país são efetuadas com o uso de cartões. Nos EUA, a fatia de negócios fechados com o dinheiro de plástico é de 40%. A consultora do setor de cartões e MBA em Gestão Empresarial pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Helena Yu Feng Wang, interpreta esse dado como um sinal positivo de que o mercado brasileiro ainda pode dobrar de tamanho até atingir os patamares norte-americanos. "Ainda há um grande mercado a ser explorado, principalmente no segmento de baixa renda que é um grande filão para os próximos anos, com novas soluções de crédito em especial no segmento de cartões de lojas", avalia.

Máquinas

Se mantiver o ritmo de crescimento médio de 14% ao ano, o Brasil poderá alcançar a maturidade do mercado dos EUA antes de 2020. Deve contribuir para o avanço doméstico, o fim da exclusividade das operadoras de máquinas de cartão, que irá entrar em vigor no dia 1º de julho. Com a nova regra, empresas como Redecard e Cielo (que dominam cerca de 95% do setor) terão de aceitar cartões de diversas bandeiras. O objetivo é promover a concorrência e baixar as tarifas. A consequência poderá ser uma popularização ainda maior desse meio de pagamento.

Segmentos,

Individualmente, o segmento de crédito representa a maior fatia do mercado de cartões, com 58% do faturamento do setor. As compras em débito à vista correspondem a 30% – embora em número de unidades esse segmento seja 60% maior que o de crédito. O volume de transações e o faturamento desta modalidade também crescem em um ritmo mais acelerado do que as outras categorias. Isso é motivado pelo maior acesso da população ao sistema bancário.

Já os cartões de redes de lojas detêm 12% do faturamento e 35% das unidades. Isso se explica pela pulverização dos cartões entre a população de renda mais baixa, que usa os cartões de lojas como primeira experiência de crédito.

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