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Dizer que nunca tantos brasileiros tiveram um computador não significa afirmar que somos um país "informatizado". Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 18,6% dos lares brasileiros tinham computador em 2005.

O IT Data estima que esse porcentual tenha chegado a 19% em 2006 – algo em torno de 30 milhões de brasileiros.

No entanto, de acordo com levantamento feito entre julho e agosto do ano passado pelo Comitê Gestor de Internet, do Ministério da Ciência e Tecnologia, 84 milhões de brasileiros nunca usaram um computador.

O ranking da inclusão digital feito em 2003 pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), situa Curitiba na 10.ª colocação. A taxa de inclusão da capital paranaense é de 27,58%. A primeira colocada é São Caetano do Sul (SP), com 41,14%. A segunda é Niterói (RJ), com 34,16%.

"Ainda estamos começando esse processo de inclusão", diz o diretor de pesquisa do instituto, Ivair Rodrigues. Mesmo que por muito tempo o computador tenha sido exclusividade da classe A – e agora se faça presente nas casas da população B e C – o pesquisador lembra que ele ainda é um sonho distante para a grande maioria das pessoas da classes D e E.

"Por mais que ele custe R$ 1 mil, para essa parcela da população é difícil comprar um PC. Neste caso, é preciso fazer o que a maior parte dos países fez: levá-lo para as escolas públicas", diz. "Já é do conhecimento de todos que, hoje, a maior dificuldade para as pessoas não conseguirem um emprego é a falta de domínio do computador."

Para a professora de comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC SP), Giselle Beiguelman, falta "letramento digital" para os brasileiros. "Computador não é liquidificador. Quando mais você conhece, melhor você trabalha com ele", diz. "É difícil imaginar algo ou alguém que não esteja digitalmente incluído hoje em dia. Mas falta o principal: educação." Para a professora – autora do livro sobre inclusão digital O livro depois do livro –, cabe às escolas e também aos governos investir na preparação das pessoas.

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