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O plano europeu para a montagem de um supervisor único do sistema bancário da zona do euro encontrou um forte obstáculo neste sábado (15), com alguns países declarando que a data proposta para o lançamento dessa entidade, 1º de janeiro de 2013 é muito próxima para resolver questões importantes que foram levantadas pelos ministros de finanças. Pelo menos quatro ministros - da Alemanha, Suécia, Holanda e Dinamarca - se opuseram à criação do supervisor comum em janeiro do próximo ano disseram duas fontes familiarizadas com o assunto. França e Espanha apoiaram abertamente a rápida criação de um supervisor comum.

Também existem amplas dúvidas sobre outros aspectos do plano, como se o supervisor vigiará todos os bancos da zona do euro e também como garantirá que os bancos dos países europeus que não adotaram o euro como moeda serão supervisionados. A proposta de encarregar o Banco Central Europeu (BCE) de supervisionar mais de 6 mil bancos na zona do euro é o começo de um esforço para padronizar as regulamentações sob uma regra comum de uma "união banqueira" a qual os funcionários dos governos afirmam ser necessária para restaurar o euro, a moeda comum atingida pela crise.

Mas apenas alguns dias após a proposta ter sido publicada, emergiram os desacordos sobre a velocidade para ela ser implementada, bem como sobre o papel que o BCE terá nesse processo. A data para o começo da supervisão conjunta é crucial para a zona do euro. O ministro de Finanças da Suécia, Anders Borg, disse acreditar que exista "um grande número de países" que têm preocupações a respeito dos planos da União Europeia para supervisão comum dos bancos.

Mais cedo, o ministro de Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, disse que chegar a um acordo sobre uma nova supervisão é algo que "provavelmente levará um bom tempo". Ele disse que a data de janeiro é "muito ambiciosa" para ter um mecanismo em funcionamento.

Já o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse ter "consideráveis" objeções a ver o Conselho do BCE, cujo papel principal é fixar a taxa de juros, agir também como autoridade suprema na supervisão bancária europeia. Segundo ele, é preciso haver uma separação estrita nas questões de decisão monetária e supervisão dos bancos. "O BCE precisa estar fortemente envolvido" na supervisão aos bancos, disse Schaueble, mas a supervisão "não pode se envolver na política monetária e não pode afetar a independência do BCE".

Na sexta-feira, Schaueble disse não esperar que o fundo permanente de crédito da região esteja pronto para realizar capitalizações diretas até janeiro. Isso levou a uma objeção do ministro de Finanças da França, Pierre Moscovici, o qual afirmou que "não agir rapidamente seria um erro, dada a atual situação europeia". O ministro francês disse neste sábado ainda acreditar que o prazo para montar a supervisão conjunta, 31 de dezembro deste ano, será cumprido. "Não existe oposição entre nós. Um compromisso até 31 de dezembro parece algo totalmente razoável", afirmou.

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