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Vista da Bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Pacote ao estilo norte-americano é contestado pelo governo do país. | Thomas Lohnes/AFP
Vista da Bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Pacote ao estilo norte-americano é contestado pelo governo do país.| Foto: Thomas Lohnes/AFP

Socorro

Governos tomam novas medidas para tentar conter a turbulência financeira

EPICENTRO DA CRISE

Estados Unidos

Depois das ajudas a bancos e seguradoras e do plano de US$ 700 bilhões, o Fed (o BC americano) anunciou a compra de papéis de curto prazo, além de sinalizar corte nos juros – atualmente em 2%.

ABALOS

União Européia

A União Européia aumentou de 20 mil euros para 50 mil euros o valor dos depósitos garantidos nos bancos. Alguns países, como Bélgica, Holanda e Espanha, já disseram que a garantia nas instituições locais será de 100 mil euros. Outros, como Irlanda e Alemanha, afirmam que a garantia será integral.

Brasil

O BC flexibilizou o compulsório com o objetivo de socorrer bancos de pequeno e médio portes. Além disso, o governo anunciou medidas para estimular a oferta de crédito para exportação e para ajudar bancos pequenos em dificuldades.

Espanha

O governo vai criar fundo para comprar até 50 bilhões de euros em ativos das instituições financeiras do país.

Islândia

Depois de comprar 75% do Glitnir, o terceiro maior banco local, o governo nacionalizou o segundo maior, Landsbanki, e negocia um empréstimo bilionário com a Rússia.

Reino Unido

Governo prepara pacote para o sistema bancário com injeção que pode chegar a US$ 90 bilhões nas instituições locais.

Rússia

O governo russo vai injetar mais US$ 36 bilhões nos bancos. Com os empréstimos das últimas semanas, já passa de US$ 200 bilhões a ajuda para as instituições.

Austrália

A taxa de juros foi reduzida em um ponto percentual, para 6%, no maior corte em 16 anos.

Japão

O BC local manteve a taxa de juros em 0,5% (a menor dos países ricos), mas continuou injetando dinheiro no mercado financeiro.

Taiwan

O governo disse que pretende dobrar, para cerca de US$ 92 mil, o valor dos depósitos garantidos nos bancos locais.

Os ministros das Finanças dos 27 países-membros da União Européia (UE) decidiram ontem, em Luxemburgo, garantir todos os depósitos até 50 mil euros, em caso de falência dos bancos. É mais do que o dobro das garantias estabelecidas pelo bloco até agora (20 mil euros). Foi o primeira ação coordenada entre os europeus. Até então, cada um estava tomando decisão por conta própria, numa espécie de "salve-se quem puder".

"Vamos estar prontos para reagir na medida que a crise evolua", garantiu a ministra de Economia da França, Christine Lagarde, que presidiu o encontro dos ministros da UE.

Ainda assim, a Europa não conseguiu falar numa só voz. Alguns países resolveram ir mais longe, esticando o limite da garantia dos depósitos para 100 mil euros. Foi o caso da Holanda, Espanha, Áustria, Grécia e Bélgica. Além da garantia de depósitos até 100 mil euros, a Espanha ainda anunciou a criação de um fundo de 30 bilhões de euros para comprar títulos (bons) dos bancos espanhóis, na condição de que eles não fechem a torneira do crédito no mercado.

A França foi ainda mais longe. Ontem, o primeiro-ministro François Fillon disse que o governo vai garantir 100% dos depósitos. O limite de garantia dos depósitos na França já era de 70 mil euros.

Esta disparidade – entre os países que garantem mais e os que garantem menos dentro do bloco – poderá provocar uma fuga de capital para os países que garantem mais, temem analistas. A idéia inicial era que todos concordassem com garantias de 100 mil euros.

A chanceler alemã Angela Merkel criticou ontem duramente a Irlanda por ter anunciado no dia 30 passado que garantiria todos os depósitos de seus seis bancos durante dois anos. Merkel atacou, sobretudo, o fato de que a garantia do governo irlandês não se estende aos bancos estrangeiros instalados no país, o que cria "uma distorção inaceitável na concorrência", disse a líder alemã.

Estados Unidos

Em decisão radical para tentar destravar o mercado de crédito e a economia nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciou que passará a comprar títulos de curto prazo de empresas não-financeiras no país. Sugeriu ainda que pode cortar os juros em breve.

A ação no mercado de títulos de empresas (chamados de "commercial papers") é inédita nos 95 anos de história do Fed e representa um risco aos contribuintes. Na prática, a instituição vai emprestar dinheiro a uma empresa sem ter garantias de que receberá o valor de volta, caso a companhia enfrente dificuldades.

O mercado de "commercial papers" nos EUA é a principal fonte de financiamento dos negócios do dia-a-dia. Na semana passada, o volume desses papéis circulando baixou para US$ 1,6 trilhão, o menor em três anos.

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