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Imagine a cena: é a hora da apresentação ao público do primeiro handheld criado pela Palm, em 1996. Os pioneiros da empresa, Ed Colligan e Jeff Hawkins, estão no palco, e tudo está pronto para começar. Eles começam a falar do novo computador móvel, que quer trazer ao usuário uma experiência mais simples, e tentam criar um suspense em relação ao que será visto na demonstração, na tela. De repente, o sistema de vídeo falha. Desesperado, Jeff corre para a frente do palco e continua a falar mesmo assim, tentando mostrar as funções do micrinho de mão. Felizmente, o vídeo é consertado no último minuto e os dois conseguem fazer a apresentação.

"No fim, deu tão certo que 70% do público fez pré-encomendas do PalmPilot", lembra Jeff. Ele e Ed (hoje CEO da Palm) gravaram uma entrevista (postada no site da Palm lá fora) para lembrar os dez anos de vida do micro de mão que mudou a história da computação móvel. O primeiro PalmPilot, o 1000, tinha só 128 Kb e permitia agendar no máximo cem tarefas. Nesse tempo, nem pensar em infravermelho ou memória flash. "Na época, eu já achava que o futuro da computação seria a mobilidade, e até trabalhava numa empresa que criou o que poderia ser considerado o primeiro tablet", conta Jeff. "Os usuários gostavam dele, o feedback foi bom. Mas eu ficava pensando: será que não dava para criar algo mais barato, que a gente pudesse carregar para todos os cantos?"

Entretanto, a computação móvel era, na época, alvo de muitos preconceitos. Empresas quebraram tentando explorar a idéia. Mesmo a Apple se deu mal ao tentar emplacar o seu próprio handheld, o Newton. Ironicamente, foi este fracasso "newtoniano" que pôs Ed Colligan para pensar. "O fracasso do Newton chamou minha atenção", conta. "Nenhum aparelho gerou tanto interesse quanto ele, apesar de tudo. Eu percebi que havia uma demanda por esse tipo de produto."

Jeff e Ed puseram mãos à obra e começaram a bolar o aparelho. Só tinham US$ 3 milhões no banco, mas decidiram bancar tudo: hardware, sistema operacional, aplicações, e por aí vai. "Numa única noite, sentei e bolei tudo: o formato do Palm, as baterias trocáveis...", recorda Jeff.

De lá para cá, muita coisa mudou na seara da Palm, que precisou se reinventar para fazer face ao mercado de telecomunicações. A empresa passou a apostar nos smartphones, que hoje respondem por boa parte de seu negócio. O mais moderno deles é o sofisticado Treo 700w, que transita com elegância por padrões wireless como CDMA (inclusive 2000 1x e EVDO), GSM/GPRS e também tem Bluetooth. Os 128 Kb de memória cresceram para 128 MB e tem câmera fotográfica de 1.3 megapixel.

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