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TIM está investindo R$ 95 milhões para aumentar capacidade de tráfego dos usuários em 60% | Antônio More/ Gazeta do Povo
TIM está investindo R$ 95 milhões para aumentar capacidade de tráfego dos usuários em 60%| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

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6,6 milhões

de telefones ativos, é o número da TIM no Paraná. Isso representa quase 49% de participação no mercado, o melhor da empresa em todo o país. A segunda maior operadora em market share no estado é a Vivo, com 19,5%, seguida de perto pela Claro.

De longe a maior empresa de telefonia móvel do Paraná, a TIM foi bastante criticada após o "caladão" da última quarta-feira, quando os serviços de voz e dados da operadora ficaram por quase três horas fora do ar. Apesar de o problema ter atingido também outras empresas, como a Claro e a Vivo, a TIM foi o grande alvo dos ataques nas redes sociais, com mensagens como "Timganei" e "Tim, você sem sinal", uma alusão ao slogan "você sem fronteiras".

No dia seguinte ao "caladão", um requerimento do deputado estadual Evandro Júnior (PSDB) para impedir a venda de novas linhas da TIM no Paraná foi aprovado pela Assembleia Legislativa. O documento será encaminhado ao Ministério Público nesta quarta-feira.

Em parte, é natural que as reclamações contra a TIM sejam amplificadas nas redes sociais dos paranaenses. A empresa detém quase 50% das linhas móveis do estado, o equivalente a 6,6 milhões de aparelhos ativos – e a participação de mercado continua crescendo a cada mês. A segunda colocada, a Vivo, tem 19,7% das linhas. Qualquer problema nas redes da TIM afeta um número muito maior de pessoas se comparado a um evento com as concorrentes.

Para o coordenador do cur­­so de Engenharia Elétrica da UFPR, Ewaldo Luiz Mattos Mehl, o número de clientes e a demanda por tráfego cresceram acima da capacidade de infraestrutura da empresa. "Eles colocaram promoções comerciais bastante interessantes para o usuário, mas isso não foi acompanhado por um devido suporte técnico", diz Mehl. "Pode ser um caso em que eles optaram por primeiro ter a receita, para depois realizar os gastos com equipamentos", opina.

O diretor comercial da TIM no Sul do Brasil, Ale­­xan­­dre Ratascheski, e o gerente de operações no Sul e Centro-Oeste, Cleber Rodrigo Affânio, conversaram com a reportagem para explicar o motivo da instabilidade da rede e foram taxativos em dizer que não existe "suporlotação".

Segundo eles, a TIM está passando por um processo de modernização dos aparelhos que ficam acoplados às antenas, chamados de TRX, onde estão os canais que permitem o tráfego de dados e de voz (veja no gráfico). O pro­­jeto de substituição dos TRX teve início no ano passado, em cidades do interior, e deve terminar em agosto deste ano na capital e no litoral. O investimento previsto para este ano é de R$ 95 milhões no estado – mais de um terço do lucro de R$ 274 milhões registrado pela empresa, em todo o país, no primeiro trimestre deste ano.

"O que acontece é que es­­sas trocas são uma grande operação de engenharia. Elas começam a ser feitas de madrugada e precisam es­­tar prontas pela manhã. Não podemos falar para o nos­­so cliente que ele vai ficar dois meses sem sinal porque vamos trocar os equipamentos, então estamos trocando o pneu com o carro andando, uma operação que está sujeita a problemas", diz Ratascheski. Segundo ele, toda a operação estará completa até agosto e a capacidade de tráfego da rede TIM no Paraná será 60% maior do que a atual, deixando a operadora pronta, inclusive, para o início do uso da rede 4G, que será licitada em junho.

Pelos dados da Anatel, órgão responsável por fiscalizar a qualidade dos serviços de telecomunicações prestados no país, o argumento do executivo faz sentido. A empresa cumpre todos os requisitos mínimos de qualidade de serviço no Paraná – e em alguns casos apresenta números melhores do que seus concorrentes. A taxa de queda de ligações em andamento, por exemplo, está abaixo do da Claro e é semelhante ao da Vivo. Por outro lado, o indicador de tentativa de chamada, que mostra quando um usuário tenta fazer uma ligação mas não encontra rede, é pior do que o das duas principais concorrentes, mas acima do limite estipulado pela Anatel (veja no gráfico). Não há dados da Oi disponíveis.

Segundo Ratascheski, a empresa está acompanhando de perto a reclamação dos usuários, e diz estar confiante de que a transição vai melhorar muito a qualidade da rede da operadora. "Quando temos um problema com o cliente, somos os primeiros a ficar preocupados", afirma. "Estamos gastando muito dinheiro para garantir a qualidade do serviço. Com o número de clientes que temos, a responsabilidade só aumenta", afirma.

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