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SÃO PAULO - A quase quebra do banco PanAmericano foi um caso pontual, e as perspectivas para as ações do setor bancário continuam muito positivas, afirmam analistas. O cenário de curto prazo, no en­­tanto, tende a conti­nuar volátil, principalmente para os bancos menores.

"O mercado está sensível, mas os fundamentos do setor são sólidos. A queda das ações pode criar boas oportunidades de compra", diz João Au­­gusto Sales, analista de bancos da consultoria Lopes Filho & Associados.

O IFNC, índice composto apenas por ações do setor financeiro, acumula alta de 15,26% em 2010, bem acima da valorização de 2,59% do Ibovespa, índice que inclui os papéis mais negociados na Bolsa. Segundo o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, há espaço para as ações de banco continuarem subindo em 2011. "A gente tem um cenário em que o PIB brasileiro cresce 7,5% neste ano e entre 4% e 5% nos próximos cinco anos. É um cenário de expansão de em­­pre­go, renda e consumo. Isso tudo bate direto nos bancos. Então, o setor tem uma capacidade grande de capturar esse momento po­­sitivo’’, diz Galdi.

Apesar das projeções otimistas, o analista-chefe da SLW afirma que é preciso analisar o perfil de cada instituição antes de investir. "Os bancos menores têm nichos próprios de atuação e embutem risco maior. No dia seguinte ao anúncio [do aporte no PanAme­ricano], houve uma clara migração dos in­­vesti­men­tos em ações de bancos pequenos para os papéis de bancos grandes", descreve.

Provisões

Segundo Sales, da Lopes Filho, provavelmente os bancos maiores que compraram carteiras de crédito do Pan­Ame­­ricano terão de fazer provisões contra perdas. Ele ex­­plica que, ao vender a carteira para outro banco, o PanAme­­­­­ricano continua gerenciando esses empréstimos e repassa para o comprador as parcelas pagas pelo devedor. "Se o PanAmericano vendeu a mesma carteira para mais de um banco, então algum ficou sem lastro. Certamente foram os grandes bancos que compraram, mas não sabemos quais compraram o quê. Nos balanços do quarto trimestre, já deve aparecer alguma coisa", afirma.

Ainda assim, Sales não vê risco de os bancos maiores serem afetados pelo rombo do PanAme­ricano, já que possuem grandes lucros. O analista considera que as ações do Itaú e do Bradesco devem su­­bir cerca de 25% em 12 meses, enquanto as do Banco do Bra­­sil e do Santander devem avan­­çar entre 15% e 20% no mesmo período. Sales também vê oportunidades interessantes entre os banco mé­­dios, mas ressalta que a volatilidade e o risco são maiores. Na sua opinião, as ações de Banrisul, Bic Banco e Pine podem subir de 15% a 35% no próximo ano. "Um investidor mais conservador deve privilegiar papéis de grandes instituições", observa.

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