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A receita da empregabilidade |
A receita da empregabilidade| Foto:

Em tempos de desemprego em alta, é hora de você fazer uma avaliação sobre o seu comportamento no trabalho. É ele, principalmente, que fará a diferença na hora de você ser incluído, ou não, numa eventual lista de demissões. E preste atenção: elas têm aparecido aos montes nos últimos meses. "Comportamento é a base de tudo: 85% das demissões ocorrem por problemas comportamentais. Dificilmente você é demitido porque não sabe fazer o trabalho. Comportamento, competência e relacionamento fazem você se manter no emprego", diz a gerente-executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos em Curitiba, Carina Daniel.

O mercado de trabalho brasileiro vive um dos momentos mais críticos de sua história. Se até outubro ainda havia dúvidas sobre como o desempenho das empresas e do mercado de trabalho – aquilo que se chama de "economia real" – seria afetado pela crise que se anunciava, agora sobram certezas. Em dezembro, quase 655 mil postos de trabalho foram fechados no país, o maior número de que se tem notícia. No Paraná foram 49,8 mil e, em Curitiba, 8,8 mil. E, pior, o furacão não passou. Aqui e ali aparecem anúncios de demissões, férias coletivas e tentativas de flexibilizar relações de trabalho para diminuir custos nas companhias.

A crise, que era financeira, agora também é do emprego. E é bom aprender a proteger o seu. "Eu diria que 80% do sucesso para se manter empregado está na atitude e 20% no conhecimento técnico", avalia Gerusa Mengarda, gerente-executiva da Allis S.A., uma empresa de recursos humanos.

Com base nos conselhos de consultores do setor de recursos humanos, a Gazeta do Povo selecionou dicas para você se manter agarrado, com unhas e dentes, ao seu emprego. Melhorar o relacionamento no trabalho, mostrar que você é um aliado da empresa (e não um peso para ela) e investir na carreira são algumas maneiras de se evitar o fantasma do desemprego. "Não é o momento de pedir aumento e promoção, nem outros benefícios que gerem mais custos. A empresa não pode vê-lo como despreocupado", lembra a gerente-executiva da Ricardo Xavier.

E, para quem sentiu o gosto amargo da demissão, especialistas recomendam calma, reavaliação das capacidades profissionais e, principalmente, traçar um objetivo claro do que se quer.

Empregabilidade

A ideia de se manter "empregável", dizem os especialistas, deve permear todo o trabalho do profissional nesse momento. "É preciso agir como sobrevivente, como se fosse seu último dia na empresa", diz Carina, da Ricardo Xavier. Para Adriana Ferrareto, coordenadora de desenvolvimento humano da NeoplanRH, é o investimento na sua empregabilidade – ou seja, o quanto você é desejável aos olhos do mercado – que fará com que, mesmo se for incluído na temida lista de demissões, o profissional tenha maiores chances de voltar ao mercado.A lista de receitas para cumprir este objetivo é extensa. Além do comportamento, o profissional deve mostrar disposição para assumir novas funções e desafios dentro da empresa. Ser polivalente e ter a capacidade de assumir o trabalho dos outros, nesse momento, conta pontos. "É preciso se mostrar disponível e preparado e, num momento de cortes, mostrar que você pode assumir novos projetos", completa Gerusa, da Allis S.A. Ela recomenda também o investimento na própria carreira como uma das proteções contra o desemprego. Cursar uma especialização é uma opção, mas tem a desvantagem de levar tempo e custar caro. A especialista destaca, porém, que o investimento em capacitação nem sempre exige tanto tempo e dinheiro. "Existem cursos gratuitos, palestras e livros. A crise pode ser encarada de duas formas: como uma paralisação ou um momento em que você dá uma grande virada."A vice-presidente de Planejamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Lizete Araújo, lembra que profissionais com grande conhecimento da área em que atuam numa empresa dificilmente são mandados embora. "A empresa não gosta de colocar no mercado aquela pessoa que tem um grande conhecimento técnico de certa área. Por isso mesmo, em momento de crise e desconfiança, o profissional não pode deixar de investir em especialização e formação."

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