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O pior da crise financeira global ficou para trás na maioria dos países da América Latina e do Caribe, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira, alertando, no entanto, que a fraqueza da economia norte-americana vai afetar a recuperação em algumas nações.

"O impacto da crise na região da América Latina e do Caribe foi substancial, mas o pior acabou para a maioria dos países", apontou o Fundo em um relatório regional sobre o Hemisfério Ocidental, que inclui Estados Unidos, Canadá, América Latina e Caribe.

O fraco consumo privado e os níveis muito mais altos de endividamento dos Estados Unidos podem, no entanto, pesar na região. Isso seria um problema em especial para México e Caribe, que têm mercados intimamente ligados aos EUA.

O FMI acrescentou que, para os países da região que puderam adotar medidas de estímulo monetário e fiscal, a questão à frente será quando retirar esse apoio. E para países com forte ingresso de capital, e talvez até em superaquecimento, a remoção de estímulos pode ser necessária antes, acrescentou o Fundo sem citar quais seriam essas economias.

"Em geral, será apropriado começar a retirar (os estímulos) do lado fiscal antes do monetário", avaliou o FMI, acrescentando que a incerteza sobre a recuperação econômica global tornará difícil definir o momento exato da retirada.

No início do mês, o FMI previu que a economia da região vai se contrair 2,5 por cento este ano, antes de crescer 2,9 por cento em 2010, liderada principalmente pelo Brasil.

Sinais positivos visíveis

O FMI disse ainda que espera que a recuperação seja mais forte em países exportadores de commodities, em que o crescimento médio deve ser de cerca de 3,5 por cento. Isso incluiria as maiores economias da região: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Argentina e Venezuela.

Embora o México seja um exportador de commodities, sua economia é muito ligada aos EUA e a recuperação será mais lenta. O FMI avaliou também que, apesar de os países importadores de commodities estarem mais fracos, há alguns sinais encorajadores em alguns deles, como na Costa Rica.

Em geral, uma reviravolta na maioria dos países da região vai depender principalmente da recuperação da demanda doméstica, acrescentou o Fundo.

O FMI estimou que o crescimento médio na região deve ser retomado gradualmente durante o período de 2011 a 2013, mas não deve voltar aos níveis mais fortes de antes da crise.

O relatório apontou ainda que, com as receitas do governo crescendo menos em meio ao recuo das exportações, o gasto público terá que ser mais focado, especialmente em países onde a dívida é mais alta.

Para o FMI, os países que dependem do turismo para sustentar suas economias, especialmente os do Caribe, continuarão afetados pelo elevado desemprego nos EUA. E, mesmo se houver um repique da economia e o emprego melhorar nos EUA, os países dependentes do turismo serão afetados pelas taxas maiores de poupança privada previstas nos EUA e em outras economias avançadas.

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