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O presidente da Copel, Ronald Ravedutti, disse ontem que a política tarifária da empresa sob sua gestão, iniciada na terça-feira, dependerá das conversas que tiver com o governo estadual. "Nossa missão também é fazer parte de um desenvolvimento social do estado. Mas só fazem políticas sociais as empresas rentáveis, que têm lucratividade adequada. Estou assumindo agora a presidência, e pretendo analisar essas situações com nosso acionista controlador [o governo] para ter uma posição mais clara sobre o assunto", disse o executivo, em teleconferência com analistas de mercado.

Uma queixa recorrente dos acionistas minoritários da Copel é que, ao não elevar as tarifas de energia, a empresa limita sua rentabilidade e, portanto, os ganhos dos sócios. Desde 2006, o lucro líquido da companhia sempre supera R$ 1 bilhão, mas as cifras têm diminuído. No ano passado, o ganho foi de R$ 1,026 bilhão, 4,8% menor que o de 2008.

Desde julho de 2009, sob orientação do então governador Roberto Requião, a estatal dá descontos aos consumidores que pagam as contas em dia. Na prática, tal medida – aplicada também entre 2003 e 2006 – "anula" o reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que em 2009 foi de 13%, em média.

O novo índice será definido no fim de junho. Desta vez, é possível que a agência reguladora determine "reajuste negativo", ou seja, uma queda nas tarifas, especialmente em razão da desvalorização do dólar, moeda em que é vendida a energia de Itaipu. Se isso ocorrer, o efeito sobre a Copel pode até ser neutro, uma vez que suas tarifas já são "reduzidas".

Dividendos

Em relação à política de dividendos da empresa, outro alvo de críticas dos acionistas minoritários, Ravedutti avisou que não haverá mudança. Por ser estatal, a Copel tem restrições em sua captação de recursos – não pode, por exemplo, tomar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) –, e os dividendos mais magros que distribui lhe permitem acumular caixa para fazer frente às necessidades de investimentos. "Nosso foco é trabalhar firme para derrubar as resoluções do Banco Central [que limitam as captações de estatais]", afirmou Ravedutti.

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