O Sindicombustíveis credita o sobe-e-desce de preços do álcool e da gasolina em Curitiba à grande concorrência do mercado e às distribuidoras que conseguem na Justiça o direito de não recolher todos os impostos e com isso vender o combustível mais barato. O presidente da entidade, Roberto Fregonese, defende a variação de preços e diz que a situação beneficia o consumidor. As explicações foram dadas após a Gazeta do Povo publicar levantamento em que mostra que os revendedores de combustíveis de Curitiba praticam uma ciranda de preços enquanto em outras capitais do Centro-Sul reina a estabilidade.
A reportagem utilizou os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que faz pesquisa semanal com milhares de postos em todo o país. Segundo as informações da agência, o preço do álcool e da gasolina sofreu alterações de R$ 0,20 a R$ 0,30 para mais ou para menos em apenas quatro semanas. Em Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro, a variação no mesmo período foi de apenas poucos centavos. Além disso, os preços praticados pelas revendas de Curitiba não têm relação com o das distribuidoras de combustíveis. Pelo levantamento mais recente da ANP, de 16 de fevereiro, o preço médio do litro da gasolina em Curitiba é de R$ 2,52, e o do álcool, R$ 1,61.
Fregonese afirma que a pesquisa da ANP não reflete a realidade do mercado, pois o preço pesquisado na bomba e na nota fiscal não corresponde ao mesmo lote de produto. "Existe um descompasso de tempo que pode criar a notícia falsa de que as distribuidoras abaixaram o preço e os postos subiram", disse. Ele também criticou a média de preço feita pela agência, que levaria em conta os valores praticados por revendas que sonegam impostos e por isso podem cobrar menos. Algumas distribuidoras conseguiram liminares que as desobrigam de recolher o ICMS. Segundo ele, os revendedores tentam trabalhar com margem de lucro de 22% na venda do álcool, mas no caso da gasolina, não conseguem mais do que 15%.
Segundo o Sindicombustíveis, Curitiba tem 384 postos, dos quais 56 estavam fechados em agosto do ano passado. "Fecharam pela concorrência predatória", declarou. Segundo ele, cidades de porte semelhante ao de Curitiba, como Salvador e Campinas, possuem um número de revendas bem inferior.
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