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Foz do Iguaçu - Fiscais do Ministério do Trabalho e do Departamento de Imigrações do Paraguai preparam para o início de março uma nova fiscalização cujo alvo serão estrangeiros que estejam trabalhando ilegalmente no país vizinho. O comércio de Ciudad del Este emprega cerca de 30 mil pessoas de diversas nacionalidades, como brasileiros, libaneses, coreanos e chineses. Estima-se que mais da metade dessa mão-de-obra não tenha qualquer tipo de registro.

Estimulado pela onda protecionista típica nos momentos de crise, o cerco à ilegalidade seria uma tentativa do governo de garantir oportunidades aos próprios paraguaios. Com a determinação, aumenta o risco de os estrangeiros serem demitidos. De acordo com o Ministério do Trabalho do país vizinho, quase todos os brasileiros que trabalham em Ciudad del Este cruzam diariamente a Ponte da Amizade. A lei paraguaia, no entanto, exige dos estrangeiros que trabalham no país a comprovação de residência fixa do lado de lá da fronteira.

Para evitar multas e até o fechamento da empresa, a solução seria legalizar os trabalhadores ou demiti-los. Diante da realidade fronteiriça, a hipótese de demissão aparece como a mais provável. Sem alternativa, muitos engordariam a fila do desemprego no Brasil. Segundo a Agência do Trabalhador em Foz do Iguaçu, 25% da população local economicamente ativa – cerca de 15 mil pessoas – está desempregada e sem qualquer renda. "Caso haja uma onda de demissões, certamente teremos dificuldades para recolocar estes trabalhadores", observa o gerente Antão Veríssimo.

Há 12 anos trabalhando como vendedora de eletroeletrônicos em Ciudad del Este, Janete Souza Lima, formada em Economia, diz que as fiscalizações já são frequentes, mas que nem sempre as autuações são cumpridas. Muitos dos estrangeiros, conta, conseguem documentações frias pagando até US$ 2 mil. "Isso facilita um pouco a nossa permanência. Apesar da tensão, da falta de garantias e de direitos e dos riscos, vale a pena. Aqui recebo cinco vezes mais do que se estivesse atuando na minha área no Brasil", compara.

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