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Um aposentado se irritou ao encontrar a agência fechada e tentou agredir os grevistas com a bengala

A greve paralisou as atividades até da Biblioteca Pública em Curitiba

No segundo dia da greve dos trabalhadores da segurança privada do Paraná, 65% das agências bancárias estão fechadas em Curitiba e região metropolitana. O balanço foi divulgado no início da tarde desta terça-feira (3) pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região. Sem a presença mínima de dois vigilantes, 250 das 380 agências não abriram as portas.

A adesão atinge 60% da categoria em todo estado. O sindicato patronal, no entanto, diz que só 10% dos seguranças cruzaram os braços. Ao todo, 21 mil vigilantes trabalham em todo estado, dos quais 6,8 mil atuam na capital e na região. Apesar de a paralisação não ser dos bancários, uma lei federal impede que as agências funcionem sem vigilantes.

Na segunda-feira, primeiro dia da paralisação, a greve fechou 130 unidades bancárias, segundo os trabalhadores. De acordo com o sindicato, nenhum carro forte de transporte de valores circulou no Paraná. Mesmo assim, não foi registrado falta de dinheiro nos caixa eletrônicos até por volta das 15 horas desta terça-feira.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná, Gerson Benedito Pires, que representa as cinco empresas do setor que operam no estado, alerta que no período de greve nenhum carro forte circulará para repor o dinheiro nos caixas dos bancos. "Embora haja trabalhadores que não aderiram à paralisação, os grevistas estão fazendo piquete em frente às empresas para impedir a saída dos veículos", conta. "E como estamos na primeira semana do mês, a demanda por cédulas é muito maior. Mesmo que não falte dinheiro nesta terça-feira, se a greve continuar nos próximos dias vai faltar dinheiro nas agências", diz.

Uma audiência visando a conciliar o Dissídio Coletivo envolvendo os trabalhadores na área de vigilância e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR) será realizada no plenário do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná as 10h30 de quarta-feira (4).

Interior

Em Maringá, no Noroeste do estado, a greve já provoca transtornos para quem precisa de atendimento nos bancos. Das 63 agências da cidade, 29 estão fechadas. Na segunda-feira, um aposentado se irritou ao chegar a agência para receber a aposentadoria e encontrar as portas fechadas. Ele tentou agredir os grevistas com a bengala.

Em Umuarama, também no Noroeste, duas cooperativas de crédito e oito agências estão fechadas. Em Paranavaí, na mesma região, um carro forte tentou reabastecer caixas eletrônicos, mas foi impedido pelos grevistas. A maioria das agências de Cascavel, no Oeste, está fechada, pois 90% dos vigilantes estão parados.

Campanha salarial

Os vigilantes pedem um reajuste salarial equivalente à inflação do último ano (cerca de 7%) mais 5% de aumento real, além de elevação no adicional de risco da categoria, vale-refeição de R$ 15 e uma hora de intervalo para alimentação. O piso atual dos vigilantes é de R$ 890.

A última proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp), entidade patronal responsável pela negociação salarial com os vigilantes, foi de 7% sobre o piso salarial, adicional de risco, seguro saúde e vale creche, além de 10% de aumento no vale-refeição. O Sindesp garante que os índices superam a inflação projetada para o período de 1 de fevereiro de 2008 a 31 de janeiro de 2009.

Mesmo assim, a proposta foi rejeitada pelos sindicatos dos vigilantes de todo o Estado na última quinta-feira (29). Jeferson Furlan Nazário, presidente do Sindesp, informa que não deverá rever a proposta feita aos vigilantes. "Não haverá nova negociação. Vamos aguardar uma melhor avaliação por parte dos trabalhadores", diz. Já o sindicato dos vigilantes garante que manterá a greve por tempo indeterminado até que o sindicato patronal reveja a proposta.

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