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Gustavo Selig, da Hestia: novo braço da empresa vende material de construção importado da China, Índia e Espanha para construtoras de todo o Brasil | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Gustavo Selig, da Hestia: novo braço da empresa vende material de construção importado da China, Índia e Espanha para construtoras de todo o Brasil| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Programa ajuda na estratégia

Três empresas paranaenses participaram, no ano passado, do Global Access Program (GAP), projeto mantido pela Univer­sidade da Califórnia (UCLA), sediada em Los Angeles, em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), que auxilia companhias a formar um plano de atuação internacional. O projeto tem a participação dos alunos de MBA da renomada Andersen School of Mana­gement, escola de negócios da UCLA. Os estudantes formam grupos de apoio, com a supervisão de executivos de grandes multinacionais, e elaboram, juntamente com as empresas, um plano de ação estratégico.

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Fábrica na China para exportar

Depois de perder espaço no mercado externo nos últimos quatro anos, a fabricante de equipamentos de biossegurança Cristófoli resolveu montar uma base na China. Há seis meses se instalou em uma incubadora de empresas em Ningbo, no Sul de Xangai. "Fomos perdendo encomendas, país por país, por causa da desvalorização do dólar, do custo Brasil e do avanço das empresas chinesas. A única maneira de competir com os chineses seria fabricando lá", conta Ater Cristófoli, presidente da empresa.

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Uma nova geração de empresas brasileiras está investindo firme na internacionalização das operações. São companhias que, a exemplo do caminho trilhado por gigantes nacionais como Vale e Petrobras, vêm aproveitando o dólar desvalorizado e os bons resultados no mercado interno para fincar bandeiras fora do Brasil. O movimento se espalha pelos mais diversos setores, da produção industrial até o comércio e a prestação de serviços.

A invasão brasileira abrange de material de construção a eletroeletrônicos, passando pelos segmentos de metal-mecânica e equipamentos médicos. A estratégia compreende da abertura de subsidiárias à construção de fábrica e a aquisição de estrangeiras.

Um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers revela que, no ano passado, 14% das 661 operações de fusões e aquisições realizadas pelo Brasil foram de compra de empresas estrangeiras por companhias brasileiras. "Este é um bom momento para aquisições fora do país. O real está forte, as empresas brasileiras estão capitalizadas e as companhias estrangeiras ainda estão em situação financeira mais complicada, com alto grau de endividamento sem recuperação de vendas", afirma Alexandre Pierantoni, sócio da Price. "Neste ano devemos ter mais um período de forte ritmo de aquisições, com destaque para o agronegócio, mineração e tecnologia de informação", diz.

Depois de inaugurar a primeira fábrica nos Estados Unidos, em janeiro deste ano, com recursos de US$ 80 milhões, a Companhia Providência, com sede em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, prepara-se para investir mais US$ 60 milhões em uma segunda fábrica naquele país, que começa a operar em 2012. "O mercado americano é o maior do mundo no nosso setor [não tecidos, usados em absorventes, roupas médicas e fraldas, dentre outros]. Já exportávamos para aquele país, mas éramos vistos, pelos nossos clientes, como um player regional, da América Latina. Agora somos vistos como um fabricante global", diz o diretor financeiro, Eduardo Feldmann.

Construção

Muitas vezes é o senso de oportunidade que abre as portas para a internacionalização. A dificuldade enfrentada para encontrar certos materiais de construção no mercado brasileiro fez com que a construtora Héstia, de Curitiba, passasse a importar itens a partir de 2008. Com o tempo, o negócio foi crescendo e deu origem a um novo braço da empresa. Hoje, a Héstia Import vende material de construção importado da China, Índia e da Espanha para 48 construtoras em todo o Brasil e representa 22% das receitas do grupo.

As importações – que abrangem porcelanatos, pastilhas de vidros e cristal, saunas e portas – cresceram tanto que a Héstia prepara a abertura de um escritório em Hong Kong dentro de dois anos, segundo Gustavo Selig, presidente da empresa. "A ideia é diversificar a atuação da empresa, trazendo produtos de outros segmentos também", afirma. Selig prevê dobrar o faturamento do braço de importação do grupo, que deve encerrar o ano com receita de R$ 5 milhões.

Para especialistas, esse movimento rumo ao exterior deve crescer mais nos próximos anos, embalado por pelo menos três fatores: necessidade de ampliar negócios e receita, de conquistar experiência global e ter acesso a novas tecnologias para seus produtos, além da redução de custos.

Em meio a um projeto de ampliação que inclui a abertura de mais quatro fábricas no Brasil, o grupo Hübner – que produz autopeças e implementos rodoviários – tem planos de abrir, em dois anos, unidades de produção no Mercosul e na China, segundo Nelson Hübner Júnior, diretor executivo do grupo. "No início do ano abrimos uma estrutura técnica e comercial na China para conhecer melhor a forma de fazer negócios no país, que é diferente da nossa." A empresa está importando componentes para carretas rodoviárias e autopeças de reposição do país asiático.

A Positivo Informática também se prepara para dar o primeiro passo fora do Brasil com o início, no primeiro semestre, da produção da joint venture que formou com a BGH, na Argentina. A intenção é atuar também no Uruguai e os investimentos iniciais somam US$ 4 milhões. Na Argentina serão produzidos desktops, notebooks, computadores, e-readers e tablets, de acordo com Hélio Rotenberg, presidente da companhia.

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