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A economia paranaense se aproxima de Angola hoje, com a criação do Centro de Negócios Angola-Paraná (Cenap), instituição que deverá facilitar acordos comerciais com o país africano. O Paraná foi priorizado no estreitamento de relações porque todos os negócios já realizados entre as duas partes foram bem avaliados pelos angolanos.

A iniciativa é coerente com a posição do Paraná como segundo maior estado exportador para Angola (US$ 95 milhões em 2006). Os principais produtos enviados foram tratores rodoviários, semi-reboques, farinha de milho, automóveis, frango, caminhões e guindastes.

Empresários que já costuram negócios do outro lado do Atlântico devem aproveitar para definir contratos neste fim de semana, durante a visita do ministro adjunto de Angola, Aguinaldo Jaime – terceiro homem da escala hierárquica do país e ex-presidente do banco central de Luanda. Ele inaugura o Cenap hoje à tarde e oferece um jantar típico de sua terra à noite. Na segunda-feira, às 8h30, Jaime dará palestra no centro de eventos do Sistema Fiep (Cietep).

Com poder para fechar negócios, o ministro prioriza projetos agrícolas, de infra-estrutura e saneamento, que se somarão a obras que hoje tomam a capital angolana, em processo de reconstrução desde 2002, quando terminou uma guerra civil de três décadas.

Um dos projetos com potencial para ser exportado é da Ecosystem, de São José dos Pinhais, que desenvolve sistemas de coleta de lixo. Um dos sócios, o argentino Leandro Perez, embarca rumo a Luanda no próximo dia 15 para negociar o contrato de administração de coleta, reciclagem e aterramento dos dejetos de um dos distritos de Luanda. "Se der certo, representará uma fatia interessante do nosso faturamento. O desafio será realizar a coleta numa cidade em reconstrução e estimular a cultura da reciclagem."

O diretor do Cenap, Sandro Marcos Kreuz, destaca a vantagem que o Paraná representa para Angola. "Como aquele é um país de risco, o pagamento às empresas é adiantado, e algumas acabam não realizando o trabalho. Nenhuma do Paraná fez isso até hoje."

A Saneaqua, de Mandaguari (Norte do estado), também espera fechar contrato este mês para implantar estações de tratamento de água e esgoto feitas em plástico. A tecnologia, desenvolvida e patenteada pela empresa, não demanda energia elétrica, pode ser transportada e é de fácil operação. Além de vender o equipamento, a empresa deve treinar pessoal local para o manuseio. "É possível transportá-la sobre carretas, como em casos de enchente, quando a água fica contaminada, ou em campos de refugiados", diz o diretor, Edinei Nunes.

Não são apenas os menos favorecidos de Luanda que serão beneficiados com as obras. A classe rica ganhará até 2010 um shopping ligado a um hotel e duas torres – uma delas foi comprada pela petroleira francesa Total. O projeto é do arquiteto Manoel Dória, que tem escritório em Curitiba. "Será uma obra de grande repercussão para nós, pela adoção de conceitos modernos", diz. O investimento, bancado pela israelense LR Group, será de US$ 150 milhões e o projeto será coordenado pela curitibana MAB Serviços de Engenharia.

Serviço: Centro de Negócios Angola-Paraná. Rua Anne Frank, 1.444, sala 2. Fone (41) 3276 3830.

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