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Mal terminou a cerimônia em que o deputado federal paranaense (PMDB), Reinhold Stephanes, assumiu oficialmente, ontem, o Ministério da Agricultura, o Paraná apresentou sua pauta de reivindicações. O vice-governador Orlando Pessuti sugeriu a Stephanes uma ação nacional de defesa sanitária animal e vegetal, com atenção rigorosa no território paranaense, principalmente nas áreas de fronteira com a Argentina e Paraguai e na divisa com Mato Grosso do Sul. Já o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini, pediu uma atenção especial à política nacional de incentivo ao trigo brasileiro – o Paraná é responsável por 50% da produção nacional.

Mesmo que Stephanes tenha afirmado logo após a posse, na última sexta-feira, que "não pode e nem deve ter posição própria ou regional", a expectativa do governo do Paraná é de que exista uma disposição para que os pedidos sejam atendidos, já que Stephanes integrou a equipe do governador Roberto Requião até recentemente.

"Vai depender acima de tudo da disposição do governo federal, porque os recursos para isso existem", disse Pessuti. Os recursos necessários para efetivar o programa de sanidade estariam na ordem de R$ 200 a 300 milhões. "Precisamos desta ação para que possamos ter o mínimo de tranqüilidade no que diz respeito à sanidade animal e vegetal", explica. Para o vice-governador é preciso realizar um trabalho conjunto de sanidade entre o governo federal e Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – três estados importantes no contexto da produção agrícola do país.

De acordo com Pessuti, as iniciativas não devem estar ligadas apenas à febre aftosa, mas também à sanidade avícola. "O Paraná é hoje o principal produtor de frango de corte do país e o segundo produtor de ovos. Nós não podemos ficar esperando que aconteça qualquer problema para depois resolvermos o problema", acrescentou.

Trigo

Para Bianchini, a maior preocupação dos produtores do Paraná é com a importação da farinha de trigo subsidiada da Argentina. O Brasil produz, normalmente, apenas 20% do trigo que consome, o equivalente a 10,5 milhões de toneladas. No ano passado, no entanto, a produção nacional não passou de 2,3 milhões de toneladas. Segundo Bianchini, o Paraná tem potencial para ajudar no crescimento da produção – o estado teria possibilidade de plantar 1 milhão de hectares com previsão de produção de 2,4 milhões de toneladas – mais do que foi produzido no ano passado em todo o país.

A pauta apresentada por Bianchini ao ministro prevê um conjunto de políticas de investimento com melhoria de preço mínimo, abertura de linhas de créditos com juros menores, seguro agrícola e instrumentos de incentivo à comercialização do grão. Conforme a reivindicação do governo paranaense, o preço mínimo do trigo passaria de R$ 400 para R$ 470,33 por tonelada. Além disso, passariam a existir instrumentos para compra de pelo menos 40% da produção nacional por meio de ferramentas como Prêmio para Escoamento da Produção (PEP) e Aquisição do Governo Federal (AGF).

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