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A recém-inaugurada fábrica de motores FPT, em Campo Largo, é exemplo da recente onda de investimentos no Paraná | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
A recém-inaugurada fábrica de motores FPT, em Campo Largo, é exemplo da recente onda de investimentos no Paraná| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Grandes obras estão em outros estados

O faturamento do Grupo J. Malucelli, um dos maiores conglomerados paranaenses, crescerá pelo menos 80% neste ano, em comparação aos R$ 800 milhões de 2009.

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Mudança brusca

Desaceleração local também veio acima da média

No Paraná e no Brasil, a robusta expansão econômica do primeiro semestre resultou da combinação de dois momentos bastante distintos. O forte crescimento dos primeiros três meses foi seguido por uma brusca desaceleração entre abril e junho. E, assim como acelerou mais forte no começo do ano, o Paraná também teve uma freada mais forte nos meses seguintes.

No estado, a atividade econômica cresceu 6% de janeiro a março, frente ao último trimestre de 2009, segundo o IBC. Na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, no entanto, a alta não passou de 1,3%. Em todo o Brasil, que desde o começo do ano já crescia em ritmo mais contido, a transição foi mais suave – a taxa de expansão do IBC, de 2,4% no primeiro trimestre, recuou também a 1,3% no segundo. Vale ressaltar: nem o Paraná nem o Brasil assistiram a uma contração da atividade econômica; o que ocorreu é que a expansão de ambos passou a ser mais lenta.

Para o empresário João Paulo Zanona, dono da Danka Bolsas, a desaceleração parece ter começado um pouco depois. "Na primeira metade do ano, o crescimento foi de 16%. Este segundo semestre, no entanto, está menos aquecido, tanto em relação ao primeiro quanto em relação ao segundo semestre de 2009. A tendência é que no fechamento do ano a alta fique em uns 10%", diz Zanona. Segundo ele, a empresa, que produz pastas e mochilas para notebooks, pode estar começando a sentir os efeitos da concorrência chinesa. "Como o dólar está baixo há muito tempo, a indústria de informática tem buscado os importados." (FJ)

Com indústria, comércio e produção agrícola crescendo acima de 10% neste ano, a economia paranaense demonstra estar superando, com sobras, o baque sofrido em 2009 – quando o Produto Interno Bruto estadual recuou mais que o PIB brasileiro (-0,5% contra -0,2%). De acordo com um indicador elaborado pelo Banco Central, a atividade econômica do Paraná cresceu 13,2% no primeiro semestre, na comparação com igual período do ano passado. Um avanço que supera não apenas o da média nacional, de 10%, mas que também é o mais forte entre os dez estados e quatro regiões monitoradas pelo Índice de Atividade Econômica do BC (IBC).

Espécie de prévia do PIB, esse índice se baseia em uma série de dados sobre o desempenho do agronegócio, da indústria e do setor de serviços – deste último fazem parte comércio, transportes, bancos, imobiliárias e outros. E o Paraná leva vantagem em pelo menos três importantes variáveis econômicas: produção industrial, vendas do comércio e faturamento do setor agrícola.

O comércio não parou de crescer nem durante o ano da crise, e na primeira metade de 2010 acumulou alta de 12,4% no estado, frente a 11,8% em todo o país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De­­pri­­midas em 2009, as vendas de materiais de construção recuperaram o fôlego neste ano. O varejo de equipamentos de escritório, informática e comunicação, que cresceu 59% no ano passado, praticamente repete a dose em 2010 (56%). E nem o fim dos incentivos fiscais brecou as vendas de veículos, que avançaram 14% no semestre, mais que em 2009 (11%).

O estado, que em 2009 foi vítima de severas quebras de produção no campo, neste ano colhe sa­fra cheia. Segundo a previsão mais recente do Ministério da Agri­­cultura, o Valor Bruto da Pro­­­dução Agrícola do Paraná vai cres­­­cer 19,9% neste ano e somar R$ 21,8 bilhões, recuperando boa par­­­te do terreno perdido em 2009. O dado só não é melhor porque as cotações agrícolas não são das mel­hores – há dois anos, quando o cenário de preços era melhor, o faturamento "da porteira para den­­­tro" chegou perto de R$ 23 bilhões.

Embora tenha diminuído cerca de 3% na passagem de junho para julho, a indústria paranaense também cresce a taxas próximas de 20% no ano, conforme o IBGE – em todo o país, a alta é de 15%. E, nesse caso, o Paraná cresce sobre uma base mais forte, uma vez que, no turbulento 2009, a produção recuou 2,1%, frente a uma retração média de 7,4% no conjunto de todos os estados.

Investimentos

O ano da indústria também tem sido marcado por outro tipo de superação. Em Campo Largo (região metropolitana de Curiti­­ba), a antiga Tritec retomou a produ­ção de motores em fevereiro, após mais de dois anos de interrupção, agora sob o comando da FPT Powertrain Techno­­logies, que aplicou mais de R$ 250 milhões na modernização da fábrica. No mesmo município, a Caterpillar anunciou, na semana passada, o "resgate" das instalações que já abrigaram a Chrysler e a TMT Motoco. Elas se­­rão reformadas por US$ 90 milhões (mais de R$ 150 milhões) e voltarão à ativa em 2011, produzindo retroescavadeiras e carregadeiras. Em termos de novos investimentos, o mais recente é o da Weber Quartzolit – na quar­­­­­ta-feira, a empresa informou que vai construir, por R$ 20 mil­­­hões, uma fábrica de argamassas em Ibiporã (Norte do Paraná), com operação prevista para o primeiro semestre do ano que vem.

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