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Navio à espera da vez para atracar em Paranaguá: demora levou trading chinesa a cancelar compra de 2 milhões de toneladas de soja | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Navio à espera da vez para atracar em Paranaguá: demora levou trading chinesa a cancelar compra de 2 milhões de toneladas de soja| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Mp 595

Portuários decidem amanhã se retomam paralisação

As federações que representam os trabalhadores portuários decidirão amanhã se haverá paralisação nos portos brasileiros na próxima segunda (dia 25). Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), se não houver avanço nas negociações em relação à Medida Provisória 595, a MP dos portos, haverá paralisação das 7 horas do dia 25 até as 7 horas do dia 26 de março.

Paulinho da Força, representantes da CUT e das federações que representam os trabalhadores portuários se reuniram ontem com o relator da MP dos portos, senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e com o presidente da comissão que analisa o tema, deputado José Guimarães (PT-CE). Ficou definida para amanhã pela manhã a realização de uma nova reunião no Congresso.

Agência Estado

Bastaram três meses em 2013 para o Porto de Paranaguá voltar a registrar fila superior a uma centena de navios ao largo – onde as embarcações esperam para chegar ao cais. Ontem, segundo o site de controle da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Ap­pa), 16 navios estavam atracados, 100 ao largo e outros 22 eram aguardados para as próximas 48 horas.

A explicação para o cerco de navios está na "fama" do Brasil a nível mundial. Com a quebra da produção dos Estados Unidos e a confirmação da supersafra de soja por aqui, estimada em 80 milhões no Brasil e 15 milhões no Paraná, dezenas de embarcações das mais variadas bandeiras estão se posicionando no horizonte do litoral paranaense, na expectativa de fechar bons contratos. Ainda segundo a Appa, dos 73 embarcações posicionadas no Corredor de Exportação, apenas quatro têm totalidade de carga à disposição, 18 estão com carga parcial contratada e 51 não têm programação definida. Este último grupo é formado por navios sem carga negociada ou cujo carregamento não chegou aos armazéns.

Outro problema que se reflete no aumento da fila de navios é a paralisação causada pelas chuvas. Como o terminal não tem cobertura que permita a continuidade dos trabalhos mesmo com o mau tempo, a qualquer sinal de umidade as operações são interrompidas.

Nos 77 dias decorridos do início do ano até a segunda-feira passada (dia 18), o porto deixou de operar 26 dias, 10 horas e 19 minutos. Ou seja, a chuva forçou os trabalhadores a cruzarem os braços em um terço do tempo.

Cancelamento

Os problemas na infraestrutura portuária do país estão resultando na perda de negócios. Ontem, o grupo Sunrise, maior trading chinesa de soja, anunciou que vai cancelar a compra de quase 2 milhões de toneladas de soja do Brasil. O motivo alegado é o consecutivo atraso nos embarques provocados pelo congestionamento nos portos do país (a empresa não mencionou em qual porto ocorreu o problema).

"Inicialmente, a China ameaçou cancelar 10 milhões de toneladas. Mas como precisam do produto e a Argentina começa a colher só em maio, são forçados a comprar da gente", ressalta Aedson Pereira, analista de mercado da Informa EconomicsFNP.

Porém, especula-se no mercado que a medida é uma forma de a empresa tentar renegociar os carregamentos a preços mais baixos. O valor da soja caiu desde que a Sunrise comprou o produto brasileiro, e a companhia estaria em posição de negociar melhores cotações para substituir os volumes comprados anteriormente.

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