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Aprovação no Parlamento é um passo essencial para convencer os credores da seriedade das intenções do governo grego | Fotis Plegas G./EFE
Aprovação no Parlamento é um passo essencial para convencer os credores da seriedade das intenções do governo grego| Foto: Fotis Plegas G./EFE

O governo grego promoverá uma votação parlamentar nesta sexta-feira (9) para endossar compromissos imediatos das reformas que está oferecendo a credores europeus, o que permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro.

Uma autoridade grega disse que parlamentares serão solicitados a autorizar o governo de esquerda a negociar uma série de medidas que devem ser tomadas antes que os fundos de auxílio sejam desembolsados, um passo fundamental para convencer credores céticos da seriedade de suas intenções.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, recebeu nesta quinta-feira as propostas da Grécia para cumprir com as condições de um novo plano de resgate, disse seu porta-voz. “As novas propostas da Grécia foram recebidas pelo presidente do Eurogrupo Dijsselbloem”, tuitou o porta-voz do ministro. “Importante para as instituições considerarem isto em suas análises.”

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tinha até a meia noite desta quinta-feira (horário local) para entregar um plano detalhado de reformas e evitar uma turbulência maior.

Bancos gregos estão fechados desde 29 de junho, quando controles sobres capitais foram impostos e os saques em espécie foram limitados, seguindo o colapso de negociações anteriores para um resgate ao país.

Proposta

Embora o conteúdo da nova proposta grega seja desconhecido, a expectativa é que partam das últimas que a Grécia pôs na mesa no final de junho, cobrindo aspectos delicados para o governo grego como a reforma do IVA e da previdência.

O porta-voz do governo disse acreditar em que as novas medidas apresentam à zona do euro “todas as garantias para um resultado positivo”, e que o país espera que seus sócios apresentem uma oferta para aliviar a dívida.

As medidas devem ser analisadas sexta-feira (9) e discutidas no sábado de manhã pelo Grupo de Trabalho do Euro e depois pelo Eurogrupo, que se reunirá em Bruxelas às 13h (10h em Brasília).

No domingo, os chefes de Estado e de governo da zona do euro terão uma reunião às 14h, e uma segunda cúpula com todos os países-membros da UE às 16h, para ver se conseguem chegar a uma solução da questão grega de um modo ou de outro.

Reestruturação

A Alemanha, o maior credor, deu um pequeno passo de concessão a Atenas, ao concordar que a Grécia precisará de certas reestruturações da dívida como parte de um programa de empréstimos de três anos que viabilizaria sua economia.

A posição do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, foi revelada horas antes do prazo dado à Grécia, que precisa convencer parceiros europeus a conceder outro empréstimo.

A Grécia já possui dois resgates no valor de 240 bilhões de euros vindos da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional, mas, desde que a crise começou, sua economia despencou, o desemprego subiu acima de 25% e um a cada dois jovens no país está fora do mercado de trabalho.

Schaeuble, que não esconde suas dúvidas sobre a capacidade de a Grécia permanecer na zona do euro, disse durante uma conferência em Frankfurt: “A sustentabilidade da dívida não é viável sem um corte e acho que o FMI está correto ao dizer isso.” Mas acrescentou: “Não pode haver um corte porque violaria o sistema da União Europeia.”

Ele não ofereceu solução para o enigma, o que sugere que o problema da dívida da Grécia pode não ser resolvido dentro da zona do euro. Porém, disse que havia um espaço limitado para renegociar a dívida grega, estendendo prazos dos empréstimos, reduzindo as taxas de juros e alongando uma moratória sobre os pagamentos do serviço da dívida.

Schaeuble também reclamou que não tinha visto qualquer sinal de “ações prévias” por parte do governo grego.

A votação de sexta-feira deve de alguma forma desarmar essas críticas, apesar de que uma nova votação será necessária para transformar as “ações prévias” em lei na próxima semana se um acordo for alcançado, disse a autoridade grega.

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