O primeiro leilão de energia eólica do País, realizado segunda-feira, vai ampliar em 400% a participação dessa fonte na matriz energética brasileira. Até 2012, quando entram em operação as 71 usinas que venceram a disputa, a fatia da energia gerada a partir do vento subirá de 0,6% para 3% do sistema nacional.
"O resultado do leilão foi maravilhoso para um setor que não existia há dois anos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (AbeEólica), Lauro Fiuza.
Na avaliação dele, o sucesso obtido só confirma a viabilidade de novos leilões a partir de agora. Projetos não faltam, já que a fase de habilitação contou com 10 mil megawatts (MW), de 339 empreendimentos diferentes, nas Regiões Sul e Nordeste. Além disso, a questão custo parece estar superada, já que o leilão conseguiu preços entre R$ 131 e R$ 153,05 o MW/hora, muito abaixo de tudo que era esperado pelo mercado.
"O que precisamos é saber como será a expansão da energia eólica no Brasil. Isso incentiva a instalação de fábricas de equipamentos e, consequentemente, reduz o preço da energia", diz Fiuza.
A sócia do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, Ana Karina Esteves, especialista em energia, vai além. Para ela, o governo precisa criar um programa específico para usinas eólicas, já que essa é uma fonte de energia com tecnologia, custos e operação diferenciados. "Há uma demanda muito reprimida e vários empreendedores interessados em investir seja de capital nacional ou estrangeiro."
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