O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, demonstrou ontem em Curitiba que o governo não está disposto a ceder na definição do reajuste das aposentadorias acima de um salário mínimo. Ele frisou que, para o Executivo, está valendo o porcentual acertado com as centrais sindicais, de 6,14%. "Na verdade, já saiu do normal", destacou o ministro. A legislação determina que seja repassado o índice de inflação e, segundo Bernardo, o governo tem cumprido "rigorosamente". Pela pressão sofrida este ano, foi feito um acordo para pagar um índice superior. "É esse acordo que está valendo", afirmou.No Congresso, porém, os líderes partidários chegaram a um acordo para votar um reajuste maior, de 7,71%. O risco desse porcentual ser aprovado é grande, já que a articulação do governo no Senado não conseguiu evitar que a proposta fosse adiante mesmo tendo fechado na Câmara uma correção intermediária, de 7%.
"Quando você aumenta um ponto porcentual, normalmente vai custar 1 bilhão, 1 bilhão e meio de reais", disse o ministro. "Tem que ver de onde vai tirar esse dinheiro, senão é o que o presidente Lula tem falado: vira uma farra com o dinheiro público e nós não podemos aceitar isso", comentou Bernardo.
Na opinião do ministro, não há como justificar um reajuste superior ao oferecido somente em razão de haver eleições este ano. "Primeiro, porque isso não é sustentável, segundo, porque tem um acordo e, depois, porque tem de dizer de onde vai sair o dinheiro", resumiu.
Questionado sobre os projetos aprovados na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e que seguem agora para a Câmara dos Deputados, prevendo, entre outros itens, isenção de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para aposentados que continuam trabalhando e saque trimestral dos saldos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ministro disse que nem sabia que isso estava tramitando. "Vamos olhar. Agora, a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal são claras, se você tira uma receita tem que arrumar outra para compensar", avisou.
Bernardo não considera que a aprovação de projetos com esse teor em ano eleitoral traga benefícios para os candidatos. "Você ficar fazendo essas votações achando que vai fazer bondade entre aspas e que vai ganhar eleição com isso, é um erro, é um equívoco", afirmou.
-
“Dobradinha” de governo e STF por imposto na folha prejudica empresas e amplia insegurança
-
Lula, Haddad e STF humilham Rodrigo Pacheco; acompanhe o Sem Rodeios
-
Columbia fecha campus após manifestantes contra Israel invadirem prédio
-
Após dois adiamentos, TSE julga ação que pode cassar o mandato do senador Jorge Seif
“Dobradinha” de governo e STF por imposto na folha prejudica empresas e amplia insegurança
Contas de Lula, EUA e mais: as razões que podem fazer o BC frear a queda dos juros
Muita energia… na política: ministro ganha poder com agenda ao gosto de Lula
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Deixe sua opinião