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Prejuízo

Perdas de corretora do JPMorgan se aproximam de US$ 6 bilhões

Corretores são acusados de tentar ocultar os números negativo; o diretor envolvido foi despedido juntamente de todos os envolvidos

Sede do JPMorgan, em Nova Yorque | Chris Hondros/AFP
Sede do JPMorgan, em Nova Yorque (Foto: Chris Hondros/AFP)

O maior banco norte-americano, o JPMorgan, informou nesta sexta-feira (13) que as perdas de sua corretora chegam a US$ 6 bilhões e acusou alguns de seus funcionários de "ocultar" o problema.

Somente no segundo trimestre, o maior banco por ativos dos Estados Unidos perdeu US$ 4,4 bilhões em negociações sobre derivativos de crédito em Londres, mais que o dobro do montante anunciado em maio.

Contudo, as perdas do grupo em Londres já haviam começado muito antes. "Desde o início do ano, as perdas chegam a US$ 5,8 bilhões", disse o diretor financeiro Douglas Braunstein durante uma conferência com analistas.

"A empresa descobriu recentemente informações que deixam dúvidas sobre a integridade dos traders (corretores)" e "alguns indivíduos podem ter tentado evitar mostrar a totalidade das perdas", disse o banco, que revisou para baixo os resultados já publicados do primeiro trimestre.

"Reduzimos amplamente o portfólio de derivativos de créditos que é a causa dessas enormes perdas, mas o que restou não é pouco", admitiu o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, durante a mesma conferência.

"É um cenário extremo, em particular se a situação se deteriorar significativamente na Europa, as perdas podem ficar entre US$ 800 milhões e US$ 1,7 bilhão mais", afirmou Dimon.

Apesar de tudo, o JPMorgan anunciou nesta sexta-feira lucro de US$ 5 bilhões no segundo trimestre.

Por ação, o lucro líquido chegou a US$ 1,21. O volume de negócios caiu 17% em um ano, situando-se nos US$ 22 bilhões, um pouco melhor que o esperado (US$ 21,9 bilhões).

Segundo fontes próximas ao banco, o diretor francês envolvido nas perdas de US$ 4,4 bilhões do JPMorgan Chase, Bruno Iksil, foi despedido juntamente de todos os envolvidos.

Apontado como "a baleia de Londres" devido ao alto volume de suas apostas, Bruno Iksil, trabalhava com o JPMorgan desde 2007 e era parte da unidade de investimentos do grupo, que originou as perdas em derivados de créditos.

Em um comunicado, o banco afirmou que todos os que tiveram envolvimento na carteira de derivados de crédito em questão foram "afastados da empresa".

Os pequenos investidores, no entanto, continuam inquietos: a ação recuou 15% desde 10 de maio, uma perda de US$ 23,5 bilhões.

O sindicato AFL-CIO, que administra enormes fundos de pensão e têm 4,5% do JPMorgan Chase, criticou em um comunicado a empresa e outros bancos de Wall Street que continuam funcionando com uma mentalidade de cassino.

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