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Para tocar sua política de reduções de custos e manutenção de investimentos no segmento de Exploração e Produção, a Petrobras tem adotado uma estratégia de economia espartana, com corte de gastos considerados supérfluos pela estatal e redução dos gastos principalmente na área de Abastecimento.

Seguindo a mesma linha de outras empresas dentro do atual cenário de recessão de crédito no mercado mundial, a estratégia no momento é se manter adimplente e priorizar os investimentos de retorno rápido, como é o caso da área de pré-sal do Parque das Baleias, na Bacia de Campos, como já afirmou anteriormente o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa.

"A idéia é desenvolver o pré-sal do Parque das Baleias, que é onde estão recursos extraordinários a custo mais baixo, segurar ao máximo todas as despesas possíveis em outras áreas para priorizar os estudos e desenvolvimento de outros projetos da área de E&P, e cortar mais do Abastecimento, que foi o principal rombo do ano, por conta das compras da empresas Ipiranga e Suzano", afirmou uma fonte do setor, ligada ao alto escalão da companhia.

A blindagem de Exploração e Produção é a prioridade número um da companhia, que está apertando os cintos para evitar gastos com supérfluos no momento. As informações sobre os cortes que estão sendo efetuados são de fontes que atuam em diversos escalões da empresa e que viram as alterações no dia-a-dia, além de confirmações de técnicos e profissionais que ocupam cargos mais elevados.

Um dia antes da divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foi para a rede interna de TV da companhia falar aos funcionários sobre os dias de contenção de despesas. Em nenhum momento houve a palavra "corte" ou mesmo foi citada dificuldade financeira.

Logo após a divulgação dos resultados, o mercado criticou os gastos excessivos da empresa ao longo do trimestre, fazendo jus à preocupação demonstrada por Gabrielli. "Coisas mínimas foram cortadas, do pó de café aos cartões que seriam distribuídos pela empresa aos seus fornecedores no Natal", diz uma fonte da área de Relações Públicas, que assim como outros assessores (imprensa, publicidade, marketing e outras áreas do administrativo da Petrobras) teve suspensa sua linha no aparelho celular fornecido pela companhia.

Também, relatam fontes, houve corte nos cursos que vinham sendo ministrados para o pessoal ingresso no mais recente concurso e que estava se preparando para ocupar o cargo na empresa, houve suspensão geral de qualquer bolsa de estudo para técnicos, engenheiros, executivos, seja de idiomas, pós-graduação, ou mesmo de aprimoramento na profissão. "Tivemos que ligar para cada um dos fornecedores que haviam assinado contrato para realização de eventos, fornecimento de brindes ou mesmo da área publicitária. Tudo está parado", disse outra fonte.

O próprio programa de patrocínio cultural da Petrobras, que anualmente é divulgado em maio e este ano teria verba de R$ 42,5 milhões (metade dos anos anteriores), teve o recebimento das propostas adiado para novembro e agora para maio de 2009. Os vencedores só serão conhecidos em novembro do ano que vem, ou seja, por um ano não haverá o patrocínio.

Outro exemplo do corte que a empresa vem implementando em seus custos é a ausência em qualquer seminário ou congresso ou evento semelhante de funcionários da empresa. Qualquer participação que envolva custos foi cortada. O seminário do Prominp, que aconteceria ainda em novembro no Nordeste, e que envolveria custos de R$ 1 milhão, teve que ser cancelado, já que a Petrobras era a principal patrocinadora. "Não há um prazo determinado para que estes cortes durem. As regras são especialmente relativas a este quarto trimestre e devem se estender ao longo dos primeiros meses de 2009. Mas todos acreditam que os parâmetros para o restante do ano devem mudar e a situação tende a voltar ao normal", comentou um profissional ligado à área de Recursos Humanos da empresa.

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