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O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, esteve reunido, em Buenos Aires, com o ministro de Planejamento do país, Julio de Vido, na semana passada. A assessoria de imprensa da companhia não revela a pauta do encontro, mas, sengundo o jornal argentino La Nación, entre os temas debatidos esteve a venda dos ativos da empresa americana Exxon à brasileira. Assessores disseram que não iriam comentar a informação.

Na última segunda-feira, venceu o prazo para a entrega de propostas pelo negócio, que envolve cerca de 600 postos de serviço, entre os próprios e os terceirizados, e uma refinaria. A avaliação é de que os negócios da Exxon no país cheguem a US$ 250 milhões.

A Petrobras diz não ter feito, até agora, qualquer lance pelos ativos, mas não nega que esteja em negociação. O acordo, no entanto, esbarra na resistência do governo, que chegou a fechar uma unidade de produção da empresa brasileira na semana passada. A assessoria de imprensa da Petrobras alega que havia problemas na estocagem de produtos da unidade, que já foram resolvidos, e contesta rumores sobre pressões políticas. Nesta semana está prevista a visita da candidata à presidência Cristina Kirchner ao Brasil.

Na semana passada, o diretor da área Internacional da Petrobras, Néstor Cerveró - que deverá deixar o cargo para dar lugar a um indicado pelo PMDB - , afirmou que a Esso estaria negociando sua saída do Brasil e de outros países da América Latina , o que causou mal-estar na empresa.

Para apaziguar os ânimos na Esso no Brasil, diretores de cada área convocaram reuniões com os funcionários e trataram de desmentir as declarações. Segundo eles, por enquanto, não há nenhuma negociação neste sentido em curso e, caso o negócio seja fechado, todos serão comunicados.

A empresa brasileira enxergaria na compra dos ativos da Exxon na Argentina uma oportunidade de longo prazo já que, por ora, os preços na Argentina são controlados e estão abaixo do mercado internacional.

Ao divulgar seu plano de investimentos entre 2008 e 2012, no mês passado, a Petrobras destinou uma fatia de US$ 15 bilhões à sua atuação internacional, priorizando projetos em América Latina, Golfo do México e Oeste da África, especialmente em exploração e produção. Em 2003, a empresa comprou a principal empresa de petróleo da Argentina, a Perez Companc, atual Petrobras Energía, por US$ 1,07 bilhão.

- Se a Argentina estivesse em condições normais, a compra da Esso seria positiva para a Petrobras, que poderia elevar seu poder de mercado. Mas, diante da situação que o país vive, com a continuidade do governo atual e a perspectiva da eleição de Cristina Kirchner, este pode não ser um bom investimento - disse um analista, - a não ser que a Petrobras tenha outros interesses, como impedir um posicionamento mais forte da Venezuela no país.

Na semana passada, o vice-presidente da PDVSA , Luís Vierma, afirmou o interesse da companhia na compra dos ativos da Exxon. A tomada da dianteira pela Petrobras nas negociações pode ser vista como uma tentativa do governo brasileiro de expandir o domínio do governo de Hugo Chavez na América Latina.

Outro grupo que pode estar negociando a venda da Exxon no Brasil é Ultra, também interessado nos ativos da Esso Brasileira de Petróleo. Diante de notícias veiculadas pela imprensa, o Ultra chegou a divulgar uma nota informando que não havia nada de concreto, mas não negou seu interesse na operação.

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