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Petrobras corta US$ 32 bilhões em investimentos e ações despencam

Papéis da estatal caíram ontem ao menor patamar desde 2004, afetados pela queda no preço do petróleo

Novo plano de negócios da Petrobras prevê um total de investimentos 24% menor do que o inicial. | Vanderlei Almeida/AFP
Novo plano de negócios da Petrobras prevê um total de investimentos 24% menor do que o inicial. (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (12) novo corte de US$ 32 bilhões em sua estimativa de investimentos até 2019, a segunda revisão de seu plano de negócios para 2015-2019 em menos de três meses – o investimento total previsto para o período é de US$ 98 bilhões, valor 24% menor que o estimado inicialmente pela estatal.

Anunciada antes da abertura do mercado, a revisão projetou, para este ano, uma cotação média para o petróleo negociado em bolsa a US$ 45 por barril, ante uma previsão anterior de US$ 55. Mas, pressionado pela desaceleração da economia chinesa e pelos altos estoques nos Estados Unidos, o barril fechou o pregão negociado a US$ 30.

A divergência entre o cenário nebuloso e as estimativas da Petrobras reforçou a desconfiança dos investidores e as ações preferenciais da estatal caíram 9,2%, a R$ 5,53, o menor patamar desde 2004.

O grande temor no mercado financeiro são os prognósticos para as cotações internacionais de petróleo, que afetam petroleiras de todo o mundo. A estimativa da Petrobras para a cotação de óleo foi taxada de “irreal” e “excessivamente otimista” por analistas. Até agosto de 2014, o barril era negociado no patamar de US$ 100. Em dezembro daquele ano, já tinha caído para US$ 50.

No último ano, houve queda acumulada de 35% e já nos primeiros pregões deste ano as cotações recuaram ainda mais. Nesta terça, o barril chegou a ser negociado em Nova York abaixo de US$ 30 – o menor valor desde 2003.

Nesse patamar, o preço de revenda do petróleo e seus derivados ficaria no limite de geração de retorno às empresas. Assim, projetos em desenvolvimento em todo mundo, com altos investimentos, começariam a se tornar inviáveis. Entre os países prejudicados, estariam México, Rússia, Canadá, China, Noruega e também o Brasil, em função de sua aposta no pré-sal.

Segundo a Petrobras, o preço de equilíbrio para garantir a viabilidade da produção em águas profundas ficaria entre US$ 35 e US$ 45. Em carta encaminhada a funcionários da estatal na segunda-feira (11), o presidente Aldemir Bendine reconheceu a situação como um “desafio” da empresa, mas reforçou a “prioridade absoluta” ao pré-sal.

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