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A abertura do 14º Encontro de Energia, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), teve um tom bastante crítico a decisões tomadas pelo governo federal na área energética. A primeira apresentação foi feita pelo diretor titular do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti que distribuiu comentários sobre o modelo das usinas hidrelétricas e dos leilões de energia do País, os custos do gás natural e a política federal em relação à Petrobras, entre outros pontos.

"A Fiesp foi contra a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única no modelo de partilha", disse Cavalcanti, comparando a estatal a uma noiva que teve um casamento arranjado sem o direito de escolher o marido. "É um casamento arranjado para quem der o maior dote, onde a Petrobras é a noiva. A Petrobras perde o direito de escolher o melhor negócio", disse Cavalcanti.

O leilão da área de Libra, o primeiro sob o modelo de partilha, prevê que a Petrobras será operadora única da região. Além disso a estatal terá, obrigatoriamente, uma participação mínima de 30% no consórcio vencedor do leilão. "A Petrobras precisa ter a chance de escolher seu marido e, até mesmo, não casar se entender que do patrimônio não virão bons frutos", complementou.

Sob os olhares do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, Cavalcanti também fez duras críticas ao governo federal pela aprovação de projetos contrários à construção de grandes hidrelétricas com reservatórios. "A Fiesp defende que hidrelétricas com reservatórios é a alternativa que combina segurança, preços módicos, baixa emissão de gases de efeitos estufa e que o Brasil domina a tecnologia", disse Cavalcanti, após se mostrar contrário a projetos de térmicas a partir do uso de carvão.

Cavalcanti também criticou a adoção de leilões de energia com fontes específicas, caso do leilão de reserva apenas com projetos eólicos previsto para este mês, e da política de preços do gás natural vendido no Brasil, assim como do monopólio no segmento de distribuição de gás natural, concedido à Petrobras.

Também chama a atenção, na abertura do evento realizado em São Paulo a ausência de representantes do governo estadual, potencial concorrente de Skaf numa eventual candidatura do dirigente ao governo de São Paulo.

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