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Influenciado pela queda das ações da Petrobras e da OGX, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou nesta quinta-feira (26) com desvalorização de 0,88%, a 53.782 pontos. Foi a terceira baixa consecutiva do indicador. Os papéis da petroleira de Eike Batista tiveram perda de 16,22%, a R$ 0,31, depois que o jornal Valor Econômico publicou uma reportagem afirmando que a OGX não deve fazer o pagamento de remuneração de US$ 45 milhões aos detentores de bônus da petroleira previsto para 1º de outubro.

"Isso abre brecha para que a própria empresa [OGX] possa entrar com pedido de recuperação judicial [falência]", diz João Brügger, analista da Leme Investimentos. "Amanhã, devem seguir essas especulações [sobre a possível recuperação judicial da OGX], se não surgir nada de novo. Por isso, o papel pode continuar caindo", acrescenta.

Ajudando a derrubar o Ibovespa, os papéis mais negociados de Petrobras registraram perdas de 1,12%, a R$ 18,59. "A Petrobras ainda está em um movimento de correção às altas recentes. Mesmo com o dólar mais baixo, ainda está injusto o preço de importação de gasolina em relação ao preço de venda desse combustível no Brasil. A única coisa que pode aliviar a pressão nas ações da estatal é um reajuste", afirma Brügger.

Nos EUA, as Bolsas fecharam em alta avaliando indicadores econômicos mistos. O principal deles foi o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, que cresceu a uma taxa anual de 2,5%, segundo dados do Departamento do Comércio. "Os indicadores americanos tiveram efeito neutro no mercado. Além do PIB, os números de auxílio-desemprego vieram um pouco melhores do que o esperado, enquanto o setor imobiliário teve leve queda, mas dentro do previsto", diz Maurício Kojo, analista da Um Investimentos.

Segundo Kojo, continuam as preocupações com uma possível paralisação do governo dos EUA no final do mês, quando o ano fiscal se encerra, e com as discussões sobre a elevação do limite da dívida americana para que o país evite um calote. "Isso pode manter a volatilidade nos mercados nas próximas semanas", avalia.

Aqui no Brasil, o principal indicador ficou por conta da taxa de desemprego, que caiu para 5,3% em agosto, melhor resultado desde dezembro. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), também foi o melhor para os meses de agosto desde o início da série histórica, em 2002.

Câmbio

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,6% em relação ao real, cotado em R$ 2,244 na venda. O dólar comercial, usado no comércio exterior, registrou valorização de 0,71%, para R$ 2,246.

Segundo especialistas, o movimento reflete a possibilidade de corte no programa do Fed (banco central americano) de recompra mensal de títulos públicos nos EUA -adotado para estimular a economia depois da crise de 2008- já em outubro. Isso reduziria a oferta de dólares nos mercados emergentes, pressionando a cotação da moeda americana para cima.

Nem mesmo a atuação do Banco Central no câmbio pela manhã conseguiu conter o avanço do dólar hoje. O BC realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A autoridade vendeu, ao todo, 10 mil contratos com vencimento em 3 fevereiro de 2014, por US$ 497,7 milhões.

A operação estava prevista pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar. O programa do BC -que começou a valer em 23 de agosto- prevê a realização de leilões de swap cambial tradicionais de segunda a quinta, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.

Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra -mecanismo que pode conter as cotações sem comprometer as reservas do país.

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