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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta quarta (16) que a estatal estuda os preços internacionais do petróleo a cada 15 dias para definir o reajuste dos combustíveis no Brasil sem provocar “confusão” nas bombas.
Isso ocorre para evitar uma corrida aos postos por causa principalmente da volatilidade do dólar, que chegou a bater R$ 6,09 após o tarifaço de Donald Trump e recuou para a faixa de R$ 5,80 nos dias seguintes.
“Olhamos os preços de 15 em 15 dias. Toda hora estamos olhando. O preço do combustível faz parte do nosso dia a dia. Isso tem procedimento interno. E gosto de dizer que é uma prestação de contas. Não tem nenhum conselheiro que reclama disso”, disse em um evento no Rio de Janeiro.
Magda Chambriard explicou superficialmente como funciona esse monitoramento, de que “quando o petróleo e o câmbio sobem, a gente olha. Quando o petróleo e o dólar descem, a gente olha e vê como o produto está se comportando”.
Ela enfatizou que a análise constante visa evitar repasses bruscos ao consumidor e minimizar a volatilidade no mercado interno, e reconheceu que há instabilidade no cenário internacional. Chambriard defendeu uma abordagem cautelosa para evitar que o Brasil absorva os impactos dessas oscilações externas.
“Não podemos trazer para o Brasil confusões que não são nossas. Imagina ter que completar o tanque porque o preço pode subir ou descer. Vamos evitar volatilidade e sobressalto para a sociedade”, destacou.
Apesar da queda recente do dólar, a executiva evitou cravar uma redução dos combustíveis no Brasil, afirmando que a política de preços é acompanhada com responsabilidade. No entanto, faltou combinar com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia.
Ele afirmou esperar boas notícias para os combustíveis nos próximos dias, com a queda do preço do petróleo no mercado internacional e da cotação do dólar no Brasil.
“Todos sabem que o meu maior foco é apontar para o caminho do menor preço na bomba. Tenho extrema convicção que teremos boas notícias na questão dos combustíveis nos próximos dias por questões objetivas”, pontuou.
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Desde o início do mês, o barril de petróleo do tipo Brent – utilizado como referência no mercado internacional – caiu após o tarifaço de Trump. Apesar da oscilação, nesta quarta (16) o contrato de junho do Brent subia 1,7%, sendo negociado a US$ 65,75, enquanto o dólar comercial recuava 0,58%, cotado a R$ 5,85.
Já o último reajuste de preços feito pela Petrobras ocorreu no final de março, com a redução de R$ 0,17 no litro do diesel vendido às distribuidoras, equivalente a um recuo de 4,6%. Apesar disso, de acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o combustível ainda está 5% acima da paridade internacional, enquanto a gasolina apresenta sobrepreço de 4%.