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Alexandre Silveira
Alexandre Silveira, de Minas e Energia, diz que governo não vai abrir mão de reduzir preços dos combustíveis.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta segunda (4) que o governo vai continuar pressionando a Petrobras para reduzir o preço dos combustíveis e aumentar a capacidade de produção das refinarias brasileiras. A declaração ocorre em um momento de crise da pasta com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, que vem sendo alvo de críticas por não repassar às bombas a baixa do valor do petróleo no mercado internacional.

O relatório mais recente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), desta segunda (4), aponta que o preço da gasolina no Brasil está 2% acima da paridade internacional, e o diesel a 6% (veja na íntegra). Apesar da volatilidade do mercado, o combustível vem custando mais no mercado brasileiro, o que levou a críticas do governo.

Segundo Silveira, o preço cobrado atualmente ainda não está no patamar do que o governo defendeu no começo do ano, de “abrasileirar” o valor nas bombas – apesar da Petrobras ter colocado fim, em tese, à paridade internacional.

“Nós respeitamos a governança da empresa, sua natureza jurídica, queremos uma empresa atrativa do ponto de vista do investidor, para que ela tenha poder de investimento, mas nós não abriremos mão de defender o interesse nacional que é ter preços competitivos para impulsionar a economia nacional”, disparou Silveira em entrevista à GloboNews, sinalizando que pretende se reunir novamente com Prates nas próximas semanas.

Silveira e Prates vêm desempenhando uma crise e chegaram a ter reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para arbitrar a situação. Internamente, nos bastidores, já se fala na possível substituição de Prates para abrigar o ministro Rui Costa, da Casa Civil, com pensamento mais alinhado a Silveira.

Além da questão de “abrasileirar” o preço dos combustíveis, Silveira reforçou a intenção de aumentar a capacidade de produção das refinarias brasileiras, também confirmando o pleito do governo em investir no setor que chegou a ser alvo de um amplo plano de desestatização. Na semana passada, a Petrobras informou a rescisão da venda da Lubnor, a unidade de produção de lubrificantes e derivados em Fortaleza (CE), por “ausência de cumprimento de condições”.

A estatal também estuda recomprar a Refinaria de Mataripe, na Bahia (antiga Landulpho Alves, Rlam), do fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi. As negociações foram citadas pelo próprio presidente da estatal, Jean Paul Prates, após a apresentação do novo plano de investimentos da companhia, aprovado na semana passada pelo Conselho de Administração.

“É uma possibilidade. Mas é mais um dos assuntos que não podemos sair comentando, por causa das negociações. Conversamos com a Mubadala várias coisas, isso também está nesse processo, mas não é o principal”, disse. A Rlam foi vendida em dezembro de 2021 por US$ 1,8 bilhão.

A Petrobras planeja investir US$ 17 bilhões em refino, transporte e comercialização de petróleo e derivados no próximo período. Destes, US$ 5 bilhões são voltados para projetos ainda em avaliação, o que pode incluir eventuais aquisições como a da Rlam.

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