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Pressionada pela agenda do Congresso, a Petrobras estuda levantar dinheiro na bolsa apenas com a emissão de ações preferenciais (sem direito a voto), caso não seja aprovada a tempo a proposta de usar as reservas do pré-sal de posse da União para capitalizar a companhia.

A proposta permite à estatal obter recursos sem diluir a participação da União, acionista majoritária da companhia e detentora de ações ordinárias (com direito a voto). Se abrir a emissão também para ações ordinárias, o controle estatal, previsto na Lei do Petróleo, estaria em risco.

A manobra jogaria a conta da capitalização para os minoritários, que teriam a participação diluída. Se­­gundo Alexandre Quintão, gerente de relações com investidores da estatal, a proposta é uma das poucas alternativas. O executivo disse que a capitalização por meio de novas ações é "indispensável" neste ano.

Dois são os motivos: a companhia tem de ampliar seu patrimônio para poder tomar mais dívidas e manter a atual taxa de alavancagem (de 35%, teto estabelecido pelo conselho de administração) e precisa de recursos para investimentos. O plano estratégico prevê a aplicação de R$ 88 bilhões somente em 2010. Até 2014, a empresa precisará de US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões, dependendo da capitalização.

Com a atual estrutura de capital, diz Quintão, a Petrobras não pode emitir bônus ou lançar mão de nenhuma outra forma de captação sem colocar em risco o plano de investimentos. "Não queremos perder a nossa nota de investimento. Essa é uma das nossas premissas. Por isso, a capitalização tem de ser feita neste ano."

Pela proposta em tramitação no Congresso, a União, controladora da Petrobras e dona de 40% do seu capital total e de 51% do capital votante, vai ceder reservas do pré-sal de sua propriedade à estatal. A Petrobras estima que terá de levantar no mercado entre R$ 15 bilhões e R$ 25 bilhões para concluir seu plano de investimentos. Boa parte dos recursos deve vir da capitalização – a expectativa é que seja realizada em julho.

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