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Movimento nacional

Folhapress

Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a paralisação envolverá funcionários que vão desde as refinarias até unidades administrativas da Petrobras, Transpetro e outras subsidiárias. A entidade congrega 12 sindicatos de trabalhadores do grupo Petrobras, cerca de 70% do quadro total da companhia no país.

A categoria promete fazer protestos nas principais capitais do país, para denunciar "os riscos à soberania e os prejuízos que o Brasil terá caso Libra seja apropriada por petroleiras transnacionais".

Reivindicações

Além do leilão de Libra, os petroleiros protestam contra o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização e por avanços na campanha pelo dissídio da categoria.

Os petroleiros querem aumento de 11,6%, sendo aumento real de 5% mais a reposição da inflação do período (setembro 2012 a setembro 2013) medida pelo Dieese, de 6,6%. No último dia 7, a Petrobras apresentou uma proposta de ajuste total de 7,68%, cerca de 1,5 ponto percentual acima da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no mesmo período, que foi rejeitada pela categoria.

Os petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – que fica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba – vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir da zero hora desta quinta-feira (16). O motivo é o leilão do Campo de Libra, no pré-sal da bacia de Santos, previsto para o dia 21 de outubro. Segundo o presidente do Sindipetro (PR/SC), Silvaney Bernardi, a maioria dos 950 funcionários da refinaria aprovou a paralisação.

Além da Repar, a greve também deve atingir os trabalhadores da Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, e do Terminal Aquaviário da Petrobras Transporte (Transpetro) em Paranaguá (Tepar).

"A possível privatização do Campo de Libra trouxe muita indignação aos petroleiros. O setor privado é uma ameaça que compromete o desenvolvimento do trabalho que estamos fazendo", diz Bernardi, que afirma que a Petrobras tem "toda a condição" de explorar o pré-sal. "Não tem sentido entregar a área para o setor privado e para estrangeiros. A única explicação para esse leilão é cumprir o superávit primário", critica o presidente do sindicato.

O Sindipetro de SC e PR, junto com outras entidades do Brasil, entrou com várias ações civis e populares para sustar o leilão. "Já conseguimos 259 assinaturas de deputados e senadores", conta Bernardi. Segundo ele, o leilão fere diversas regras da Lei 12.351, conhecida como a lei do pré-sal.

Uma paralisação de 24 horas dos petroleiros já havia acontecido no último dia 3. "A adesão foi grande. Esse clima que determinou a nova greve, agora por tempo indeterminado", afirma o presidente do sindicato.

A assessoria da Petrobras foi procurada, mas não havia enviado resposta oficial até as 17h40 desta quarta.

Distribuição de gás prejudicada

A paralisação, segundo Silvaney, pode afetar a distribuição de gás. "É provável que comprometa o abastecimento, já que o nível está baixo". A possibilidade se soma a distribuição já deficitária desde o fim de setembro. Houve registro até de falta de gás em algumas regiões.

A falta de gás nesse período foi causada pelo aumento do consumo gerado pelo inverno prolongado do Sul e da manutenção da Refinaria de São José dos Campos, que estava produzindo apenas um quarto de sua capacidade. A informação é da Petrobras e do Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná (Sinregás-PR).

Nova manifestação

Nesta quinta (17), petroleiros organizam manifestação contra o leilão de Libra na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, a partir das 16h30. De acordo com o sindicato, haverá atos e protestos semelhantes em várias cidades do país.

Leilão

O leilão, previsto para 21 de outubro, é organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O consórcio que vencer a disputa terá que fazer um pagamento imediato de R$ 15 bilhões e firmar o compromisso de investimento mínimo de R$ 610 milhões nos primeiros quatro anos.

Três estatais chinesas, a Shell (britânica) e a Total (francesa) estão disputando o Campo de Libra. A previsão é que Libra esteja produzindo 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para obter.

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