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São Paulo (Folhapress e AG) – O petróleo foi cotado ontem em Nova Iorque pelo preço mais alto da história, US$ 70,80. O valor foi registrado na parte da manhã, quando o mercado refletia as notícias sobre a passagem do furacão Katrina sobre o Golfo do México, importante área produtora de óleo e derivados nos Estados Unidos. O recorde não muda a política da Petrobrás, que vai esperar até que a oscilação dos preços no mercado internacional seja menor para anunciar o reajuste nos combustíveis.

Durante o dia, a cotação do petróleo cru para entrega em outubro cedeu e, no fechamento, os contratos do produto eram vendidos por US$ 67,20, em alta de 1,62%. A elevação no preço foi causada pelo temor de que o furacão Katrina comprometesse a produção de óleo no Golfo do México. A inversão no mercado seguiu uma declaração em que o governo dos EUA levantava a hipótese de usar a reserva estratégica de combustíveis do país.

A oscilação no preço do petróleo não é um fenômeno isolado. O mercado de combustíveis tem estado pressionado nos últimos meses e deve continuar apresentando variações grandes quando há notícias sobre estoques e problemas em países produtores. Ontem, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, disse que o aumento ocorrerá quando a volatilidade no mercado for menor.

"Não vou antecipar nossa política de preços; no momento certo o reajuste será anunciado", afirmou Gabrielli durante uma reunião na Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), onde apresentou o plano estratégico 2006-2010. "Não podemos fazer reajustes com a volatilidade alta, porque o seu repasse ao consumidor pelos postos de gasolina é rápido, mas a redução de preços não." O executivo minimizou o fato de o barril ter batido em US$ 70 ontem à noite. "Ele chegou a US$ 70, mas já caiu agora pela manhã; boa parte deste movimento é especulação", afirmou.

Gabrielli insistiu em dizer que a decisão sobre os preços dos derivados cabe à companhia e ficou irritado com a pergunta sobre a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária que não previu aumentos para a gasolina e diesel até o fim do ano. "A ata do Copom tem direito de ter a expectativa que quiser, mas a Petrobrás é quem vai decidir", declarou.

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