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Setor procura pessoal

A indústria petroleira é uma promissora fonte de oportunidades de trabalho, demandando de operários de construção civil a doutores para departamentos de pesquisa.

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Indústria nacional terá "lugar ao sol"

Projetos para incentivar os setores ligados à indústria petrolífera se justificam pelas metas de nacionalização que tanto a Agência Nacional do Petróleo quanto a Petrobras vêm estabelecendo para os campos explorados no Brasil.

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Recursos

Veja algumas fontes de recursos para o setor:

Treinamento

A ANP paga R$ 20 milhões por ano em bolsas para seu programa de treinamento em petróleo (PRH), que está em 36 universidades. Neste ano, outras dez serão escolhidas.

Financiamento

O setor de petróleo é visto como estratégico pelo BNDES.

Assim, os projetos no setor têm boas chances de se qualificar para financiamentos de baixo custo.

Pesquisa

A Finep tem editais para projetos de pesquisa em petróleo. Além disso, a Petrobras entra como parceira no desenvolvimento de soluções.

O Paraná terá de acelerar a articulação entre empresas, governo e instituições de ensino para aproveitar as oportunidades que já estão surgindo com a expansão do setor de petróleo. A descoberta do pré-sal vai exigir muito mais dessa indústria, que deve dobrar de tamanho na próxima década e contratar milhares de trabalhadores – as estimativas chegam a 700 mil vagas. Além disso, bilhões de dólares serão gastos em equipamentos, serviços e pesquisas de novas soluções tecnológicas.

O setor de petróleo e gás é de longe o que mais vai investir no país na próxima década. Somente o plano estratégico da Petrobras para o período de 2009 a 2013 prevê a aplicação de US$ 174 bilhões. É 15 vezes mais do que será gasto nas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, o maior complexo elétrico em construção no país. Nesse período, a estatal pretende contratar 9 mil funcionários, expandindo sua força de trabalho para 64 mil pessoas.

Os investimentos das petroleiras são transmitidos para uma cadeia longa, que aplica tecnologia de ponta e muita mão de obra. Na semana passada, a Petrobras anunciou que vai contratar a construção de 28 novas sondas de perfuração. A construção dos equipamentos vai movimentar R$ 4 bilhões e exigir a contratação de 40 mil pessoas. A demanda por mão de obra será tão grande que o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que capacita trabalhadores para o setor, terá de treinar 207 mil pessoas até 2013.

O Paraná tem potencial para aproveitar a onda do petróleo. O estado tem uma refinaria de grande porte, a Repar, que responde por 12% do PIB do estado, e universidades com cursos que formam pessoal qualificado, em especial engenheiros e técnicos. Com uma indústria metal-mecânica forte e um segmento de tecnologia da informação incipiente, o estado também tem empresas que já fornecem ou podem vir a fornecer para as petroleiras. Mas essas qualidades têm de ser melhor conectadas.

"É preciso ter um projeto de longo prazo unindo empresários e governo para que o estado aproveite essa oportunidade", diz o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de Ciências Econômicas do FAE Centro Universitário. "Falta ainda um esforço estratégico para identificar chances de investimentos, atrair e fomentar negócios." Ação política, segundo ele, também ajudaria a abrir espaço para novas empresas no estado. Um exemplo é a possibilidade de o Paraná abrigar indústrias plásticas após o fim da reforma da Repar, em 2011, já que a refinaria passará a produzir matéria-prima para esse segmento.

A estratégia estadual, porém, não precisa girar em torno da Repar. O setor do petróleo demanda produtos e serviços que podem ser fornecidos para qualquer lugar do país. "Seria importante tentar atrair empresas ‘âncora’ que mobilizem a cadeia de fornecedores", afirma o engenheiro Roberto Gregório da Silva Jr., professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do um projeto de incubação de novos negócios para o setor de petróleo no Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). Um exemplo é a competição entre estados para a instalação de estaleiros. Pernambuco já levou o Atlântico Sul, que hoje emprega 2,5 mil pessoas. Na semana passada, Santa Catarina foi escolhida como sede do estaleiro que será montado pelo grupo do empresário Eike Batista, e que custará US$ 1 bilhão.

Nos anos 80, a cidade paranaense de Pontal do Paraná chegou a abrigar um estaleiro. Ele fechou as portas, mas foi reativado em 2005 para um projeto tocado pela empresa Techint para a Petrobras. Feita a entrega, a produção parou. Atualmente, há apenas uma grande empresa que fornece equipamentos usados pela Petrobras na extração de petróleo em águas profundas, a norueguesa Aker Solutions, que fabrica "árvores de natal molhadas" em Curitiba.

"O estado também pode explorar nichos com pequenas empresas de tecnologia", diz Roberto Gregório. No projeto tocado no IEP, estão incubadas quatro firmas que estudam soluções para o setor de petróleo. Elas produzem equipamentos que ajudam a analisar produtos petrolíferos, e a gerir plataformas e sistemas de eletricidade. "É uma iniciativa modesta frente ao potencial dessa indústria", completa.

Projeto

O secretário estadual do Planejamento, Ênio Verri, admite que o debate sobre o tema precisa ser acelerado, mas adianta que a tendência é que haja um foco no incentivo à inovação dentro de empresas e universidades. Ele também comenta que já há no estado companhias com capacidade de fornecer ao setor petrolífero itens com nível tecnológico intermediário. "A indústria vai se articular e o governo pretende assumir seu papel na coordenação dessa mobilização", diz Verri.

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, diz que vem acompanhando o assunto, mas que ainda não foi formulado um projeto setorial. "Há ainda quatro ou cinco anos para que os investimentos no pré-sal se concretizem. Potencialmente, todas as indústrias de máquinas, equipamentos de precisão e logística podem se qualificar para fornecer ao setor de petróleo", diz Rocha Loures.

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