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O fundo de private equity americano AIG negocia a compra do grupo petroquímico Providência, com sede em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Na noite de ontem, segundo o portal Exame na internet, a negociação poderia ser fechada a qualquer momento. Ainda segundo a revista, o valor da transação será de cerca de R$ 1 bilhão – uma das maiores aquisições feitas por fundos de investimento dos últimos tempos no país. Para se capitalizar, a AIG Private Equity se associou à família Constantino, dona da companhia aérea Gol.

A Providência, que fatura cerca de R$ 500 milhões ao ano, é líder na fabricação de tecido não-tecido (TNT), matéria-prima para a confecção de itens como fraldas e panos de limpeza. Quem passa em frente à fábrica, na BR-376, em São José dos Pinhais, não imagina o porte do negócio por trás dos muros de onde saem com freqüência caminhões carregados. Muito menos que o casal proprietário (pelo menos até ontem), Milan e Ana Starostik, mantém legalmente aves, felinos e bebês chimpanzés.

A história da empresa começa há mais de 40 anos, quando um executivo estrangeiro convenceu o casal amigo a investir na compra de máquinas européias. Ele próprio fez um aporte de capital como uma espécie de "investidor anjo", pois quando o negócio passou a dar lucro, saiu da sociedade e deixou o bolo para ser fermentado pelos Starostik. E isso eles souberam fazer.

Inovaram em 1966 como uma das primeiras empresas brasileiras a produzir embalagens para alimentos, com pequenas máquinas extrusoras de plástico. Em 1978, iniciaram a fabricação de tubos e conexões de PVC com a marca Provinil. Em 1979 os tubos passaram a ser feitos com a até então rara tecnologia da impressão em seis cores.

Mas a maior inovação veio em 1990, com o início de fabricação de não-tecidos, que hoje respondem por cerca de 80% do faturamento. O principal produto da Companhia Providência foi batizado de Kami e é matéria-prima para fraldas, absorventes higiênicos, panos de limpeza, filtros, coberturas agrícolas, entre outros. Os poucos concorrentes não fazem cócegas na participação de mercado nacional da Providência, superior a 70%. Os clientes são do porte das multinacionais Procter & Gamble e Johnson & Johnson, e a produção é exportada para a América Latina, Europa, EUA e Oriente Médio.

A evolução tecnológica permitiu sair da produção de 60 metros de TNT por minuto para uma produção de 600 metros por minuto. A empresa também produz embalagens flexíveis. Recentemente, uma aquisição elevou para nove o número de máquinas, todas ultramodernas.

O balanço de 2005 dava conta de um corpo de 977 funcionários, receita bruta de R$ 581,47 milhões e lucro líquido de R$ 103,7 milhões. Menor do que o de 2004 (de R$ 116,2 milhões), o que foi influenciado pela estabilização do setor de construção civil, que responde por mais de 60% da demanda de PVC para tubos e conexões, e pela concorrência asiática.

A empresa, eleita líder do setor de Plásticos e Borracha pelo ranking do jornal Valor Econômico (Valor 1000), foi destacada pela relação do ativo sobre o passivo e do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) sobre a receita líquida, de 34,3%, mais que o dobro da média do setor. A rentabilidade do patrimônio, de 20%, indica bom retorno para os acionistas. Recentemente, a morte do filho tornou urgente a provisão para o futuro da empresa.

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